Os times europeus dão mais importância à conquista da Liga dos Campeões do que ao Mundial de Clubes. Os times sul-americanos, ao contrário, comemoram a conquista da Libertadores da América, mas valorizam muito mais o título mundial interclubes. Basta comparar o interesse das torcidas do Corinthians e do Chelsea, considerados os favoritos da disputa no Japão.
Enquanto os corintianos praticamente invadiram Nagoya, apoiando os jogadores nos deslocamentos pela cidade, treinos e fazendo romaria em frente do hotel onde está hospedada a delegação, é relativamente tranquila a passagem da equipe inglesa por Yokohama.
Claro que em se tratando de Corinthians as coisas são potencializadas, pois como o Flamengo conta com uma das maiores torcidas do planeta. Mas o que está pegando mesmo é o desejo de ver o time campeão em uma competição na qual o São Paulo atual maior rival corintiano já venceu três vezes. Os dirigentes corintianos desenvolvem vasto programa de alargamento da influência do clube fora do Brasil. Esta será a grande oportunidade de o poderoso clube paulista mostrar ao mundo que é um time de massa, de tradição e querido por todas as classes sociais, se bem que nesse quesito praticamente todos os grandes clubes do futebol brasileiro se parecem.
O próprio São Paulo, que se originou na alta sociedade paulistana, na fusão do Paulistano com o Floresta, logo se popularizou e hoje em dia conta com a terceira maior torcida do país, superando Palmeiras e Vasco nas últimas décadas. O triunfo significará ao Corinthians o bicampeonato mundial e autenticará o primeiro título, ganho com méritos técnicos, mas em uma competição mal-organizada na primeira experiência oficial da Fifa nesse tipo de empreendimento.
E sem grande repercussão internacional pelo fato de a final ter sido entre dois clubes locais, pois o Vasco foi vice-campeão, perdendo nos pênaltis a decisão no Maracanã.
Os olhos do mundo
E a bola começa a rolar para os principais candidatos ao título com o Corinthians enfrentando o Al Ahly na manhã de hoje e o Chelsea enfrentando o Monterrey amanhã. Chegou a hora da verdade e o favoritismo será colocado à prova, com larga vantagem para o time de Tite que terá pela frente o fraco representante egípcio, enquanto é esperado um pouco mais de trabalho para os ingleses superarem os experientes mexicanos do Monterrey.
Os olhos do mundo estarão debruçados sobre o futebol a ser apresentado pelos atuais campeões da América do Sul e da Europa, confirmando que se trata de um torneio importante, mas que ainda não encontrou o seu formato ideal e deveria ser aperfeiçoado pelos organizadores, afinal, alguns dos melhores times do momento estão ausentes, enquanto os estádios estiveram vazios nas primeiras rodadas desta edição.