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Natália Falavigna, cabeça de chave no Mundial, contou com estrutura inédita para a disputa na Dinamarca | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Natália Falavigna, cabeça de chave no Mundial, contou com estrutura inédita para a disputa na Dinamarca| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Natália Falavigna colocará à prova hoje a melhor estrutura que já teve à sua disposição e seu novo status. Medalha de bronze na Olim­­píada de Pe­­quim, ano passado, a lutadora passou os últimos sete meses treinando com sua equipe própria, em Londrina. É com este respaldo que ela irá ao tatame para a disputa do Mundial de Copenhague, Dinamarca, na categoria acima de 72 quilos. Em 2005, a paranaense já venceu a competição, mas uma categoria abaixo.

Como cabeça de chave, Natália não lutará na primeira rodada, ficará à espera de Amélia Corbie (Trinidad e Tobago) ou Ivana Zagar (Croá­­cia). No caminho até a final, ela poderá cruzar com favoritas como a mexicana Gua­­dalupe Ruiz e a taiwanesa Fang Tsui.

Tão preocupante como as adversárias, porém, é o novo colete, adotado a partir deste ano. O traje tem sensores eletrônicos para detectar golpes e, assim, facilitar a marcação da pontuação. No início de setembro, Natália recebeu do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) a única peça disponível no país, para facilitar sua preparação para o Mundial.

"Fui a única na seleção brasileira a ter a oportunidade de treinar com os coletes que serão utilizados no Mundial. Esse colete eletrônico mudou muito a estrutura do tae kwon do, mudou a forma de você buscar os pontos. Há quem o ache falho, mas eu procuro não pensar nisso e trabalhei muito a parte de agilidade, velocidade, enfim, tudo o que possa me favorecer nesta nova forma de pontuação", explicou, em entrevista à Gazeta do Povo.

Além do auxílio tecnológico, Natália também teve uma inédita combinação entre treinamentos e calendário de competições. A equipe Natália Fala­vigna/ Unopar conta com outros quatro atletas, que acabam servindo de sparring para a medalhista olímpica. Fora do tatame, a estrutura abrange coordenador científico, fisiologista, fisioterapeuta, preparador físico, médico e nutricionista.

Com este respaldo, Natália pegou a estrada. Seja com a seleção ou com seu time próprio, disputou Copa do Mundo, Jogos da Lusofonia, campeonatos pelo país e conquistou o ouro da Uni­­versíade.

A temporada só não foi perfeita por causa de dois percalços. Natália sofreu um acidente de carro em abril, mas teve apenas ferimentos leves. No mês anterior, havia sofrido uma artroscopia. A isso, soma-se a pressão que ela levará para o tatame por ser medalhista olímpica e ter a chance de repetir César Cielo, da natação, por enquanto único brasileiro a voltar de um dos mundiais deste ano com o ouro.

"Não ligo e as outras modalidades não deveriam ligar. Um ano após as Olimpíadas é momento de experimentar, os erros devem ser aceitos. É tudo parte de um processo, se o resultado não vem não quer dizer que está tudo errado. No meu caso eu sei que estou no caminho certo, então não vejo pressão. Tem várias atletas novas e que irão se arriscar no Mundial. Observei algumas possíveis adversárias, estou tranquila", opinou.

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