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Medalha de bronze conquistada, após a vitória por 3 a 0 sobre a Bélgica o técnico Dunga revelou detalhes dos bastidores da seleção nos Jogos de Pequim e prosseguiu no desabafo iniciado na quinta-feira, como reação ao movimento para que seja demitido do cargo. Ele disse que durante toda a Olimpíada teve de conviver com a pressão feita pelos clubes alemães para impedir Rafinha e Diego de jogar.

"Até três horas antes do primeiro jogo não sabia se podia contar com os jogadores ou não", contou. "Depois, antes de cada partida eu recebia um papel (fax) ameaçando suspender os jogadores se eles jogassem." Werder Bremen e Schalke recorreram à Corte Arbitral do Esporte (CAS) contra as convocações, respectivamente, de Diego e Rafinha, e o órgão entendeu que os clubes não tinham mesmo de liberá-los para a Olimpíada.

Depois disso, o advogado que representou os clubes, Theodore Paeffgen, passou a pressionar a CBF, Dunga e os jogadores, enviando fax nos dias de cada partida. O treinador lamentou ainda o fato de o Real Madrid não ter liberado Robinho, que pode deixar o clube, e afirmou que o imbróglio que culminou com a proibição do uso do escudo da CBF na camisa incomodou jogadores e comissão técnica.

Dunga considera a medalha de bronze de Pequim mais importante do que a prata que conquistou como jogador em Los Angeles-1984. "Naquela Olimpíada, o time do Internacional foi colocado para representar o Brasil em cima da hora. Então, não tinha responsabilidade nenhuma, não havia pressão." O treinador voltou a cutucar aqueles que trabalham por sua queda. "Tem gente que fala que tem esquema (na seleção), mas quando vem pra cá faz as coisas erradas. Tem de fazer a coisa certa. Cadê a coerência?", afirmou, sem mencionar nomes.

Outro personagem da seleção na China, Ronaldinho Gaúcho disse ter aprendido uma lição na Olimpíada, graças à convivência, breve mas intensa, com outros atletas na Vila Olímpica de Pequim: a medalha de bronze vale sim, e muito.

"Na Vila, vi muitos caras comemorando bastante o bronze. Eu valorizo também", disse, logo após a vitória por 3 a 0 sobre a Bélgica, ontem, em Xangai. "Sinto orgulho de tê-la conquistado."

Além da medalha, Ronaldinho ganhou um presente talvez até mais importante: o carinho dos torcedores. "Achei que as pessoas não me respeitavam mais, mas senti que elas ainda têm carinho por mim." E o carinho, de fato, é bem grande. Em todos os estádios em que o Brasil jogou, Ronaldinho era festejado sempre que aparecia nos telões – em momentos como a execução do Hino Nacional – e toda vez que pegava na bola.

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