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| Foto: Albari RosaGazeta do Povo

Esperava-se uma festa quente na Arena da baixada, mas parece que o frio da madrugada curitibana deste domingo (9) contagiou a seleção brasileira. O time resfriou em quadra e deixou escapar o título da Liga Mundial para a França, com derrota por 3 sets a 2 (25/21, 15/25, 23/25, 25/19 e 13/15). 

Assim os franceses se tornaram bicampeões e devolveram a frustração da eliminação precoce sofrida no ano passado nos Jogos Olímpicos do Rio, ainda na fase de grupos, quando os brasileiros venceram e seguiram para conquistar o ouro.

Um público de 23.149 pessoas compareceu ao estádio Joaquim Américo para acompanhar a partida na esperança de ver o time da casa chegar ao décimo título e somá-lo aos que foram conquistados em 1993, 2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010.

O começo da partida parecia promissor para o decacampeonato do time canarinho, com a vitória do primeiro set, mas a França não quis saber de agradar sua anfitriã.

Jogando em casa, o time comandado por Renan Dal Zotto amargou a sétima vez em que ficou com o 2.º lugar na Liga Mundial – as outras foram em 2002, 2005, 2011, 2013, 2014 e no ano passado. A última vez que o Brasil foi campeão foi em 2010, ainda sob o comando de Bernardinho. 

O francês N'Gapeth, melhor jogador de vôlei na atualidade, desequilibrou na conquista do segundo título da França na Liga.
Albari Rosa Gazeta do Povo

Diante de sua torcida, porém, o jejum é bem maior: os brasileiros só venceram como anfitriões da Liga Mundial em 1993, na primeira vez que subiram no topo do pódio, em São Paulo.

“Foi um jogo decisivo, no tie-break. Difícil de digerir. Parabéns para a França, que sacou muito, teve um aproveitamento maravilhoso. Tivemos erros. Mas a garotada está de parabéns. Precisa sair de cabeça erguida pela campanha e pela bola que jogamos contra uma seleção forte como a França. Tie-break mostra como foi o jogo”, afirmou o técnico Renan Dal Zotto. 

A França, liderada pela estrela Earvin N'Gapeth e o novato Stephen Boyer, de 21 anos, chegou ao bicampeonato (o primeiro em 2015, no Rio de Janeiro), também estragando a festa brasileira: eliminou o Brasil ainda na etapa de grupos da fase final da competição, ao vencer por 3 sets a 1. 

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Daquela vez na chave também estavam os Estados Unidos, que perderam para o Brasil e venceram todos os resultados em 3 sets a 1. Com a combinação incomum de resultados, os donos da casa sofreram com a eliminação precoce.

Foi a segunda vez que as os brasileiros enfrentaram a França na final da Liga. A primeira ocorreu em 2006, com vitória do Brasil, quanto o time conquistou o tetra consecutivo. Na competição, Brasil e França haviam se confrontado 23 vezes até a decisão em Curitiba, com 18 vitórias brasileiras.

O jogo

O jogo começou disputado ponto a ponto e somente a partir do 15.° ponto, depois de um desafio em que o ponto foi revertido para o Brasil, finalmente Lucarelli e companhia conseguiram abrir vantagem e fechar o primeiro set em 25/21.

Assim como aconteceu nos demais jogos desta fase final da competição, no segundo set o time brasileiro caiu de produção e o adversário não perdeu tempo: abriu três pontos já no início do set, desconcertou os brasileiros, especialmente N’Gapeth e Boyer, que castigaram a defesa brasileira, fugindo dos bloqueios, e empataram o jogo vencendo o segundo set por 15/25.

Apesar de ter começado o set seguinte mais ofensivo, os brasileiros deixaram a França virar ainda no início da terceira etapa. Os francesas não só foram mais ofensivo, mas também mais efetivo nas jogadas defensivas, abrindo cinco pontos de vantagem. A reação veio com o décimo ponto brasileiro (10/13), no ataque de Wallace que encerrou um empolgante rally, reacendendo não só os jogadores, mas também a torcida. Serviu ainda para o oposto entrar de vez na partida. Ele marcou o ponto da virada, em 21 a 20. Ainda assim, a França não se intimidou e virou o jogo (23/25).

O revés pareceu despertar os brasileiros dentro e fora de quadra: o bloqueio finalmente começou a funcionar, com a entrada de Éder. No ataque, Maurício Borges e Lucarelli reafirmaram a boa fase e foi a vez dos anfitriões abrirem vantagem no placar, fechado em 25 a 19.

No tie-break, a tensão digna de uma decisão entre as duas melhores seleções em todas as fases da competição e uma repetição do primeiro set: placar justo e disputado a cada jogada, o que parecia uma batalha entre os principais atacantes das duas equipes. Wallace e Lucarelli virando todas, assim como N'Gapeth e Boyer não desperdiçavam. 

A França virou em 11/12 em um ataque para fora dos brasileiros e não conseguiu mais reverter: N'Gapeth, maior pontuador da partida, com 29 pontos, fechou o placarr em 13/15 e a França ficou com o título.

Campanha curitibana

Para chegar à final, o Brasil chegou à Curitiba como segundo colocado na fase classificatória (atrás somente da França), com seis vitórias nas nove partidas disputadas. Na etapa final da competição, na Arena da Baixada, dividiu o Grupo J com Canadá e Rússia. O time comandado por Renan Dal Zotto bateu o Canadá, por 3 sets a 1 e, em seguida, venceu os russos por 3 sets a 2 (25/18, 18/25, 25/19, 22/25 e 16/14). 

Na semifinal, superou os Estados Unidos por 3 sets a 1 (25/20, 23/25, 25/20 e 25/19), em partida em que o oposto Wallace foi o destaque, com 18 pontos marcados. 

Na decisão do bronze, o Canadá bateu os Estados Unidos por 3 sets a 1 (25/18, 20/25, 22/25, 21/25) , com apoio da torcida para o time canadense.

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