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O Cruzeiro saiu de campo da Ilha do Retiro não só com uma vitória. A Raposa mostrou que é séria candidata a uma vaga para disputar a Taça Libertadores e seguir até na briga pelo título brasileiro. Numa virada sensacional, após estar perdendo por 2 a 0, derrotou o Sport por 3 a 2. Os gols de Thiago Ribeiro, Leonardo Silva e Guerrón - Wilson marcou os do Leão - deixaram a equipe num quarto lugar provisório na tabela do Campeonato Brasileiro e praticamente selaram o rebaixamento do time pernambucano, que se mantém na lanterna, com 30 pontos ganhos.

Agora, o time celeste, com 54 pontos ganhos e 16 vitórias, terá de torcer pelo maior rival, o Atlético-MG, derrotar o Flamengo neste domingo, no Mineirão, para seguir no G-4. Ao Sport, resta torcer por um milagre, que nem os torcedores parecem acreditar - alguns rasgavam os ingressos na Ilha do Retiro.

Na próxima rodada, a 35ª, o Sport vai quarta-feira ao Palestra Itália encarar o Palmeiras. O Cruzeiro receberá no sábado o Grêmio, no Mineirão.

Três gols em 19 minutos

O torcedor que foi à Ilha do Retiro não pode reclamar de monotonia. Principalmente nos 19 primeiros minutos, quando assistiu a três gols num jogo que começou em velocidade máxima. Se o Cruzeiro buscava logo de cara a vitória para seguir na briga pelo G-4 e até o título do Brasileirão, o Sport se apegava às últimas esperanças para sair da lanterna e brigar contra o rebaixamento à Série B.

Com os dois times partindo para a vitória, a marcação afrouxou dos dois lados. Com isso, o jogo ganhou em emoção e lances claros de gol. O primeiro chute foi logo aos dois minutos, com Diego Renan arriscando de longe para Marcão mandar a escanteio. Seja pela direita ou pela esquerda, o Cruzeiro partia em velocidade. Numa jogada com Jonathan, aos cinco minutos, Fabrício centrou para Wellington Paulista, que, de cabeça, obrigou o goleiro do Leão a trabalhar novamente. O atacante cruzeirense desperdiçou a melhor chance de marcar seis minutos depois, dessa vez após cruzamento de Diego Renan.

Wilson deslancha

O avanço intenso dos laterais da Raposa e os constantes rodízios dos jogadores de meio-campo davam dinâmica ao time, é verdade, mas deixavam também buracos no sistema defensivo que o adversário podia explorar. E foi assim que o Sport chegou aos 2 a 0 com a rapidez com que um leão tenta apanhar a sua presa. O primeiro gol foi aos 12 minutos. Fabiano pegou bola livre no meio-campo e lançou o boliviano Arce , impedido, pela esquerda. Com um drible, ele tirou Gil e o goleiro Fábio da jogada e tocou para Wilson, livre pela direita, escorar para as redes.

Nem com o gol sofrido a defesa cruzeirense aprendeu. Precisou sofrer outro contra-ataque mortal pelo seu lado esquerdo - direito do ataque do Sport - para perceber o perigo iminente de derrota. Dessa vez, foi Adriano Pimenta o "garçom" para Wilson, sozinho pela direita, invadir e bater cruzado, sem defesa, à direita de Fábio: 2 a 0 Leão, aos 16 minutos.

Raposa diminui

O meio-campo rubro-negro municiava bem os atacantes, mas a defesa dormiu no ponto quando o torcedor teve a doce sensação de que a vitória estaria garantida. Três minutos depois, em lance de bola parada, o Cruzeiro conseguiu diminuir o placar e esquentar mais a partida. Fabrício cobrou falta pela direita, Henrique ganhou no alto da zaga e tocou de cabeça para Thiago Ribeiro bater de primeira, à esquerda de Magrão.

Daí em diante, a Raposa continuou acelerando, mas com mais cautela. Diego Renan e Jonathan subiam menos ao mesmo tempo. Marquinhos Paraná e Gilberto apareciam mais para fechar o meio-campo. E começou o show de Magrão. Aos 25 minutos, ele salvou o gol de empate celeste ao salvar boa cabeçada de Gilberto. Aos 39, tirou o grito de gol da garganta de Wellington Paulista, que fez tudo certo: após receber na área, girou e bateu cruzado, mas a muralha do Leão estava presente mais uma vez, garantindo a vitória parcial.

Virada celeste

O segundo tempo começou com vaias da torcida do Sport ao técnico Péricles Chamusca. Fabiano, um dos destaques da equipe no primeiro tempo, foi substituído por Zé Antônio. E a alteração ruim surtiu efeito rapidamente na partida. O contra-ataque do Leão perdeu um dos "garçons" para municiar os homens de área. O Cruzeiro agradeceu. Aos sete minutos, em nova jogada de bola parada, pela esquerda, chegou ao empate. Dessa vez pelos pés de Gilberto. O camisa 10 cobrou falta da esquerda na medida para Leonardo Silva subir mais que Durval e,de cabeça, mandar à direita de Magrão: 2 a 2

Para piorar a situação do Sport, Andrade, que já tinha cartão amarelo, agarrou a camisa de Jonathan e ganhou o cartão vermelho. Aos 18 minutos, o técnico cruzeirense, Adilson Batista, arriscou: trocou Diego Renan por Guerrón. E mostrou que, ao contrário do treinador do Leão, tem estrela. Numa cobrança rápida de lateral pela esquerda, Wellington Paulista avançou e tocou para Guerrón, livre, só tocar para as redes, marcando o gol da virada celeste.

Na frente no placar e com um jogador a mais, o Cruzeiro mexeu novamente: saiu Fabrício, entrou Fabinho. O Sport também fez nova alteração: Adriano Pimenta, que também esteve bem na primeira etapa, deu lugar a Isael. A essa altura, havia menos torcedores do Leão para qualquer tipo de manifestação contrária - muitos saíram após o gol de Guerrón.

As entradas de Athirson no lugar de Wellington Paulista, no time celeste, e de Ciro no de Arce, no Rubro-Negro, ocorreram numa partida com ritmo bem menos intenso. O Cruzeiro, já com os três pontos embaixo do braço, procurava gastar o tempo com a bola no pé. Gilberto, deslocado para a lateral desde a entrada de Guerrón, dava o toque de experiência necessário a uma equipe que ainda sonha com Libertadores e até o título. Pela virada obtida na Ilha do Retiro, pode seguir nas suas ambições.

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