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O embargo de seis dias na obra da Arena pela Justiça do Trabalho, há cerca de um mês, e o atraso nas liberações das parcelas do financiamento do BNDES, pela conta de exigências do Tribunal de Constas do Paraná (TCE-PR), farão com que o gramado da Arena da Baixada tenha atraso de um mês para a sua colocação. Mesmo assim, a previsão do primeiro jogo-teste para o dia 26 de janeiro, para um público de 10 mil pessoas, está mantida. A informação foi passada nesta segunda-feira (11) para uma comissão de senadores que visitou o estádio do Atlético, que está 83% concluído.

Segundo o novo cronograma, no dia 30 de novembro as estruturas metálicas serão concluídas e serão retirados os guindastes. Como o gramado já está pronto no Rio Grande do Sul, será necessário apenas preparar o local para a colocação. "A única dificuldade será a preparação da drenagem existente, para ver se não foi afetada com o peso dos guindastes e trânsito de veículos pesados, como também a colocação de terra e areia abaixo do gramado", explicou o secretário municipal para assuntos da Copa do Mundo, Reginaldo Cordeiro.

De acordo com Cordeiro, provavelmente a Arena chegará no dia 31 de dezembro, prazo máximo da Fifa, com 90% a 95% concluída, restando acabamentos para serem feitos nos 25 dias antes do primeiro jogo. A inauguração oficial do estádio, onde cerca de mil operários trabalham, está prevista para o dia 26 de março, como parte da festa de aniversário do clube,e a entrega para a Fifa no dia 22 de maio.

"O atraso principal ocorreu para falta de liberação do financiamento", argumentou Mario Celso Cunha, secretário do Estado para a Copa do Mundo. "Não diria que é problema político, é um problema técnico. Os órgãos de fiscalização colocam objeções, obstáculo, nas negociações", avalia.

Entre os senadores presentes na vistoria desta segunda-feira estavam Sérgio Souza (PMDB-PR) e Blairo Maggi (PR-MT). O político paranaense, inclusive, revelou a preocupação do Atlético com a dificuldade para receber o dinheiro do BNDES. "A previsão da última parcela era de R$ 30 milhões, chegou R$ 13 milhões, R$ 1 milhão e pouco ainda ficou retido na Agência de Fomento do Estado do Paraná", contou.

"O cenário de Curitiba e de Cuiabá dá a impressão de que as obras estão muito aquém daquilo que nós esperamos para a Copa do Mundo", admitiu Souza, mesmo estando confiante que tudo será entregue no prazo estipulado. "A parte interna, o que as pessoas normalmente não vêm, está muito adiantada, com piso sendo polido, as louças sendo colocadas e a fiação também", acrescentou Maggi.

Potencial Construtivo

Cordeiro contou também que a expectativa da venda de 4 mil cotas de potencial construtivo - crédito virtual concedido pela prefeitura para se construir imóveis de tamanho acima do estabelecido pela legislação municipal - em outubro foi superada, chegando a 5.200 cotas, o equivalente a R$ 3,5 milhões. Mesmo assim, a prefeitura precisará pedir uma prorrogação à agencia Fomento Paraná para conseguir quitar a primeira parcela do empréstimo.

"Esse primeiro potencial que está sendo vendido é referente à primeira parcela repassada pela Fomento Paraná que é de R$ 30 milhões. Este dinheiro tem como data para quitação dia 5 de dezembro. Mas é necessário uma prorrogação de prazo para que tenhamos a venda total destes R$ 30 milhões, o que deve acontecer no máximo em janeiro", explicou Cordeiro, que espera que dois terços desses R$ 30 milhões seja vendido ainda em 2013. "No total são R$ 131 milhões do financiamento do BNDES que serão pagos em 12 anos [com a venda do potencial construtivo]", explicou.

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