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Weggis, Suíça – A seleção brasileira começou a intensificar os trabalhos com bola – a última etapa de preparação antes da Copa. Momento de ajustes táticos e amistosos. Tempo para Emerson exorcizar um fantasma.

Há quatro anos, no dia 2 de junho, o volante foi brincar de goleiro durante um rachão. Pulou com estilo para defender o chute rasteiro de Rivaldo. Quando caiu no chão, deslocou o ombro direito. Acabou cortado.

"Agora, se precisar ir novamente no gol, eu vou sem problema... Mentira, não vou não. Um dia antes da estréia vou ficar dormindo", avisa, claramente querendo escapar do tema.

"De jeito nenhum, vai voltar aquele filme na minha vida. Neste aspecto, sou bastante realista. Era algo que estava escrito. Em 2002, cedi espaço para um companheiro (Ricardinho). Já em 98, peguei a vaga de Romário (também riscado por contusão). E assim vai", diz.

"No último treino antes de começar a competição, já avisei o professor Parreira, ficarei na cama. Só não jogarei esse Mundial se cair dela", brinca ele, que era o capitão do time treinado por Luiz Felipe Scolari. Cafu assumiu o posto e levantou a taça Fifa do pentacampeonato.

"Nós atletas estamos cientes dos riscos. Pode acontecer de tudo, pois estamos treinando forte. Não dá para ficar pensando essas coisas... Tem de ter fé em Deus", emenda, diante da insistência dos repórteres.

O jogador da Juventus, atual campeã italiana, garante que chega agora mais maduro e preparado para o desafio. Aos 30 anos, esse gaúcho revelado pelo Grêmio fala com expectativa da chance de apagar o fatídico acidente ocorrido em Ulsan, na Coréia do Sul, um dia antes da estréia com a Turquia.

"Apesar de todos aqui estarem acostumados com grandes jogos, há sim uma certa ansiedade. Na verdade, estamos representando a equipe com mais conquistas no planeta. Isso pesa muito. Precisa ter uma personalidade muito grande para assimilar esse tipo de coisa", explica.

Emerson quer superar logo essa fase pré-jogos – a largada será 13/6, em Berlim, frente a Croácia. Motivo não falta, mas a jusficativa dada foge daquela fatídica tarde que colocou luvas para se divertir com os companheiros. "A ansiedade de entrar em campo é grande. Só treino todo dia dá um pouco de cansaço mental." (RF)

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