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Uma empresa do presidente do Barcelona, Sandro Rosell, recebeu comissões no valor de 8,3 milhões de euros (equivalente hoje a R$ 25,5 milhões) por serviços "de marketing e promoção" em 24 amistosos da seleção brasileira entre 2006 e 2012. O dinheiro era repassado pela ISE, empresa árabe que detém os direitos sobre os amistosos. A ISE, por sua vez, contratava uma empresa Suíça chamada Kentaro, que cuidava de toda a organização, logística, ingressos e venda de espaços publicitários dos jogos.

Na edição de ontem, o jornal O Estado de S. Paulo revelou a existência de um contrato entre a ISE e a Uptrend Development LLC, com sede em Nova Jersey (EUA). O representante da firma no acordo é Alexandre R. Feliu, nome de batismo de Sandro Rosell, presidente do Barcelona.

Segundo o contrato, a empresa de Rosell receberia 8,3 milhões de euros para trabalhos de "marketing e promoção" das partidas amistosas.

A ISE pagava à CBF US$ 1,15 milhão. Cerca de US$ 450 mil iam parar na conta da empresa de Rosell. A reportagem procurou a Kentaro, que realmente fazia esse trabalho, e não obteve resposta.

A reportagem apurou, no entanto, com pessoas que efetivamente trabalharam na organização dos jogos, que a empresa Uptrend nunca prestou nenhum tipo de serviço durante os amistosos da seleção brasileira a partir de 2006.

No ano passado, a Folha de S. Paulo revelou que a ISE assinou um novo contrato com a CBF, com duração até 2022.

Segundo este novo vínculo, a ISE terceirizou a organização dos amistosos da CBF para a empresa ingles Pitch. Tanto a Kentaro quanto a Uptrend foram tiradas de cena.

A reportagem entrou em contato com a diretoria de comunicação do Barcelona, para tentar ouvir Sandro Rosell a respeito. Não houve resposta.

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