O argentino Nieto esteve em campo 15 vezes pelo Rubro-Negro no Brasileiro. Em duas, contra Inter e Atlético-GO, foi decisivo com seus gols de cabeça| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Trombadores

O estilo do atacante Nieto não é novidade no Atlético. Na história de 87 anos do clube, outros "caneleiros" já desfilaram defenden­­do o Furacão.

Ziquita

Desembarcou no Atlético em 1978 e permaneceu até o ano seguinte. Caneleiro convicto, chegou a marcar 4 gols em 16 minutos, em uma única partida, contra o Colorado.

Manguinha

Camisa 9 típico, mas sem qualidade com os pés. Ficou mais conhecido pelo gol totalmente sem querer que fez com a nuca no Brasileirão de 1989 contra o Vitória.

Dirceu

Se faltava técnica, sobrava vontade ao centroavante que atuou no Furacão em 1990. Meio sem querer, com a contusão do titular Kita, foi o herói das finais do Paranaense contra o Coritiba, garantindo o título.

Lobatón

O atacante peruano chegou com fama de artilheiro em 2000. Fi­­cou só no cartaz. Sem intimi­­dade com a bola, marcou apenas 4 gols em partidas oficiais.

Pedro Oldoni

O mais recente da lista foi ape­­lidado pela torcida de "Cone". A bola não parava no pé do jo­­gador, que se desta­­cava entre as mulheres. Ainda pertence ao Atlético e pode pintar no­­vamente no time em 2012.

CARREGANDO :)

Dois jogos e quatro gols. De forma sucinta, esse é o resumo da participação do atacante Nieto no Bra­­sileirão deste ano. A média seria es­­petacular caso fossem descontadas as outras 13 partidas nas quais passou em branco. No entanto, o argentino foi decisivo quando balançou a rede, dando relativo alento à torcida na incessante luta para fugir do rebaixamento.

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O primeiro ato do gringo foi diante do Internacional, na 27.ª rodada, quando marcou duas vezes, garantindo a vitória rubro-negra. O segundo aconteceu no último domingo ao virar o confronto com o Atlético-GO. Seis pontos que deixaram o time da Baixada mais próximo de escapar da degola – está a um do Ceará, o primeiro fora da zona de rebaixamento.

Os quatro tentos – os únicos dele no campeonato e que o deixam na artilharia do time ao lado de Guerrón e Marcinho – saíram de jogadas aéreas. A cabeça é visivelmente a melhor saída para jogar com Nieto. Não são raras as trapalhadas com a bola nos pés. Ora um passe errado, ora uma tropeçada na pelota, ora uma tentativa mal-sucedida de drible.

"É o meu forte [o jogo aéreo] e tenho treinado continuamente. Tive duas vezes a oportunidade de fazer gols e marquei", disse o atacante no domingo.

Os lances no estilo "caneleiro" normalmente vêm acompanhados de vaias das arquibancadas na Arena. Nada, po­­rém, que se sobreponha à come­­moração da torcida quando balança a rede ou que tire a confiança do jogador.

"Sou centroavante e estou aqui para fazer gol. Fiz dois e espero continuar dessa forma, ser o ‘matador’ que a torcida tanto quer", comentou, não se entregando à difícil situação do Rubro-Negro.

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Há outro aspecto no qual o torcedor atleticano não pode reclamar de Nieto: a vontade. "Sempre entro em campo com determinação, seja jogando ou ficando no banco", ressaltou.A trajetória do jogador nascido em Buenos Aires, 28 anos, é repleta de idas e vindas. Do argentino Almagro tomou o caminho da Europa, direto para o Rangers da Escócia – lá chegou a jogar partidas da Liga dos Campeões. Sem sucesso, começando a peregrinação. Es­­­tre­­la da Ama­­dora (Portugal), Ge­­noa e Verona (Itália), e o re­­­tor­­­no para o país hermano para defender Hura­­cán, Banfield e Colón. Desem­­barcou meio sem querer em Curitiba em julho de 2010, como "brinde" na negociação do equatoriano Guerrón.