No futebol ocorrem milagres (como o do Grêmio, há uma semana), mas não há mágica. O Coritiba tentou fazer mágica neste Brasileiro e acabou na dependência do divino. Mas como milagres são raros, aconteceu o natural: o rebaixamento de um time cuja qualidade técnica é mesmo de um time da Série B.
Não que o Coritiba seja um clube de Segunda Divisão. Pelo contrário. A queda veio justamente porque no setor administrativo houve uma tentativa de um planejamento profissional e transparente, mas pecou-se no departamento de futebol, que montou um time sem condições de manter o clube na divisão de elite.
Com a equipe que seu atual departamento de futebol contratou, o Coritiba poderia até ter ficado em último lugar no campeonato, pois o time é realmente muito fraco. Ver o Coritiba jogar neste Brasileiro foi como tomar um sonífero. Uma equipe apática, com jogadores medíocres, tanto que o destaque foi Caio, um jogador mediano, individualista, daqueles que atuam de cabeça baixa a maior parte do tempo.
Já há quem queira enxergar algum tipo de vantagem ou lição na Série B, mas isto é bobagem. O rebaixamento é uma tragédia para o Coritiba, pois tudo que o gerenciamento administrativo fez de bom neste ano foi por água abaixo. O custo da queda será maior do que o saneamento das dívidas feito em 2005.
Mas o momento é de se olhar para a frente. O passado morreu. É inútil promover agora um concurso para se encontrar os culpados pelo rebaixamento. A mágica não funcionou, o milagre não aconteceu, o futuro está aí e é a sombria Segundona.
A partir desta segunda-feira, o Coritiba deve esquecer 2005 e adiantar 2006. Precisa, desde já, buscar uma união de todos os seus, ignorando as questões pessoais e as questões do passado. O trabalho a partir de hoje deve ter uma única razão de ser: a volta à elite. Para superar a Série B, o Coritiba terá de montar um time de Primeira Divisão. Se planejar com mentalidade de Segundona (como fez o Grêmio), novamente buscará milagres até as últimas rodadas.
Com um time vencedor, a Série B passará rapidamente e o prejuízo será apenas financeiro, como foi recentemente para Grêmio, Botafogo e Palmeiras. Se insistir em fazer mágica, o desastre poderá ser institucional e prolongado, como está sendo para Guarani, Portuguesa, Vitória, Bahia e Criciúma.
O Coxa está em débito com sua torcida, que merece ser recompensada por tudo que fez e sofreu. Para o Coritiba, o ano-Novo começa hoje. Entre mágicas e milagres, o clube precisa agora de um time de verdade, e não essa caricatura que vestiu sua camisa em 2005.
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