Partida do tenista David Ferrer constava na programação às 14 horas, quando, na verdade, seria às 11h30| Foto: Miguel Medina/AFP

A desorganização e a falta de previsão quanto a realização das próximas partidas pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Londres estão causando muitas reclamações para os tenistas.

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Um exemplo do problema que vem acontecendo é que as casas alugadas em Wimbledon pela Federação Espanhola de Tênis, próximas do All England Club, onde se realiza a competição, acabou salvando vários atletas da delegação do país.

O que inicialmente era um recurso extra para que os jogadores descansassem, devido à distância entre o All England Club e a Vila Olímpica, se transformou em uma cozinha, segundo informações da federação.

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O All England Club não fornece alimentação aos jogadores até as 11h30. Tudo fica a cargo dos empregados da delegação, que vão a uma das duas casas alugadas para cozinhar algo para os jogadores, como por exemplo, David Ferrer, que esperava por seu compromisso na primeira rodada desde as 11h30 (horário local) e que atrasou por causa da chuva.

Além disso, a comida não é suficiente para os atletas. A organização só faz entrega de um recibo para uma diária. Se os jogadores pretendem voltar a se alimentar em outro momento, tem que tirar do próprio bolso ou ser abastecidos pelos membros da equipe.

Outro aspecto que incomoda os tenistas são os treinamentos. Neste sentido, os espanhóis foram os mais prevenidos ao alugar as instalações do Clube Harlington, onde os jogadores podem se exercitar livremente.

No entanto, quando tentaram ter contato com o gramado do All England Club surgiram os problemas. O mítico clube londrino só oferece sete quadras de treino, que devem servir aos cerca de 200 participantes do torneio olímpico. A organização foi inflexível e não aceitou oferecer as quadras utilizadas pelos sócios, apesar de estarem desocupadas durante quase todo o dia.

O caos alcança também o pedido de ingressos. A delegação espanhola teve problemas tanto na aquisição quanto no ressarcimento das entradas para os familiares dos jogadores.

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As carências do sistema, que a delegação espanhola atribui ao Comitê Organizador dos Jogos e não à Federação Internacional de Tênis (ITF) se estendem a outros assuntos mais simples como a impossibilidade de se assistir pelas televisões do clube a outras partidas e eventos da competição.

Além disso, a organização permite apenas um fisioterapeuta por delegação, independentemente do número de integrantes da equipe. A Espanha, que junto com os Estados Unidos tem a equipe mais numerosa, só pode contar com um especialista, assim como outras delegações, como a da Índia e Luxemburgo, que possuem apenas um componente.

E os problemas não param por aí. A ordem dos jogos de cada rodada ainda contém erros. David Ferrer, por exemplo, aparecia com partida programada para às 14 horas, quando a hora de início, na verdade, era 11h30.