São Caetano do Sul O que parecia ser um alívio para a torcida coxa-branca virou pesadelo aos 43 minutos do segundo tempo. Nem era preciso visualizar o que acontecia em campo para saber a situação do time. Bastava olhar direto para a curva de fundos do Estádio Anacleto Campanella, onde se concentraram os quase dois mil torcedores que vieram de Curitiba.
Eles fizeram muito mais barulho que os donos da casa e, até o gol de empate do Azulão, justificavam plenamente o coro que mais repetiram na tarde de ontem: "Eu vim pra agitar. Não vou parar. E dá-lhe Coxa...".
Mas quando Claudecir mandou a bola para a rede do goleiro Douglas, o cenário mudou drasticamente. As mãos na cabeça eram o prenúncio das lágrimas que começaram a cair no estádio e rolaram por toda a viagem de volta.
Uma tristeza de quem sabe que agora apenas um milagre vai manter o Coritiba na Série A do Brasileiro. "Mas, se ainda há chance, não podemos desistir. Vamos lotar o Couto Pereira domingo que vem (contra o Internacional, com promoção de ingresso) e tentar ajudar. Acho que os outros resultados ainda podem nos beneficiar", disse o estudante Marcos Rogério Graciliano.
A angústia promete ser ainda maior na última rodada. Além de empurrar o Coxa para cima do forte Inter, que ainda sonha com o título, os torcedores terão de secar desesperadamente São Caetano e Ponte Preta.
Somente a combinação de resultados permitirá à torcida alviverde cantar novamente a plenos pulmões o refrão símbolo da luta contra o rebaixamento "Não, Coxa, não cai". A paródia do clássico de Bob Marley ecoou durante os 400 quilômetros que separam Curitiba de São Caetano do Sul e, principalmente, quando o time estava ganhando.
A excursão, composta por 25 ônibus, chegou sem graves incidentes ao ABC Paulista. Os torcedores, que muitas vezes chegam atrasados nos jogos em outras cidades, desembarcaram no estádio mais de uma hora antes de a bola rolar. Problemas, só para quem abusou da bebida alcoólica no caminho. Durante a partida, um torcedor teve de ser carregado para a ambulância e terminou o dia tomando glicose em um hospital próximo ao estádio.
Como em São Caetano uma decisão judicial proíbe menores de cinco anos de freqüentar o estádio, quem se arriscou a levar filhos pequenos acabou ficando de fora. Pelo menos as crianças foram poupadas do trauma de ver todo mundo em volta chorando no fim da partida. "Mas, mesmo que caia até para a Terceira Divisão, eu sou coxa-branca e vou continuar assim", disse Luís Eduardo Corrêa, que fez cinco anos em abril e por isso se decepcionou junto com as centenas de companheiros de arquibancada.
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