A preocupação com o momento delicado do Coritiba no Campeonato Brasileiro já extrapolou os muros do CT da Graciosa. Ex-ídolos do clube também se mostram apreensivos com a possibilidade de rebaixamento e apontam possíveis causas para a situação ter chegado a esse ponto. Mas a convicção geral é de que no fim o Coxa vai conseguir escapar.
"Até falei para o (presidente) Giovani Gionédis alguns dias atrás: não deixe esse time ir para a Segunda Divisão, porque se cair vai ser muito difícil de voltar", contou o ex-goleiro Rafael, campeão brasileiro em 1985.
Ele diz não entender como a equipe, no início do campeonato cotada para disputar uma vaga na Libertadores, ocupa o 18.º lugar há cinco rodadas do fim. "É impossível o time estar nessa situação porque não é ruim. Acho aconteceu alguma coisa de errado no elenco e a diretoria precisava detectar o foco. Na nossa época atrasava tudo (os pagamentos) e não acontecia isso", discursou Rafael, que apontou a falta de um líder em campo e a saída do goleiro Fernando como outros motivos que contribuíram para a queda de produção.
Time mediano
O ex-meia Serginho Prestes, campeão paranaense em 1989, também acredita que, pelos jogadores que possui, o Coritiba deveria estar numa posição melhor. "Pode não ser um elenco maravilhoso, mas tem capacidade para conseguir resultados bem melhores. Como um time mediano, é preciso que todo mundo reme na mesma direção", afirmou.
No mesmo ano em que conquistou o título estadual, Serginho sofreu a decepção de ver o clube cair à Segunda Divisão nacional. Mas o caso era muito diferente. Em 89 o Coxa disputava uma vaga na fase final do campeonato e, amparado numa decisão judicial, não foi enfrentar o Santos em de Juiz de Fora (MG) havia perdido o mando de campo por causa da invasão de um torcedor que foi tirar satisfações com o goleiro Rafael, então no Sport Recife.
Violência
"Aquilo foi uma violência contra nós jogadores. Era um ano em que tínhamos grandes possibilidades de ficar entre os quatro primeiros. Não houve sensação de fracasso, mas foi frustrante", lamentou Serginho, que permaneceu no Alto da Glória por mais alguns meses na temporada seguinte e percebeu um grande perigo em caso de rebaixamento. "O time não teve forças para se recuperar do baque", lembrou. Na época, o clube acabou caindo para a Terceira Divisão, que só não disputou em 1991 por causa de uma providencial mudança de regulamento.
Na atual situação, ele confia no trabalho do novo técnico Márcio Araújo para livrar o time do pior. "Tenho certeza de que há salvação. Ele é extremamente motivador. Parece um showman dando palestra", disse o ex-meia, que considerou tardia a solução definitiva no comando técnico. "Foram quatro jogos perdidos com treinadores interinos."
Acompanhando da Turquia a crise no clube de coração, o meia Alex, do Fenerbahçe, mostrou em seu site oficial a esperança de ver o Coritiba escapar da Série B. "O time ainda está ameaçado de ser rebaixado, mas conquistou quatro pontos importantes depois de oito derrotas consecutivas. O problema é que terá de enfrentar Corinthians e Inter, que brigam pelo título. Mas não tem jeito, jogará em casa e precisa somar pontos. Eu acredito que o Coxa vai enfrentar muitas dificuldades até o fim, mas conseguirá permanecer na elite do futebol brasileiro."
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