Foz do Iguaçu A canoagem quer ser grande e reconhecida. O primeiro passo foi dado com o término da construção do Canal Itaipu, única pista artificial da América Latina e uma das melhores do mundo, em Foz do Iguaçu. Há, porém, barreiras que a modalidade terá de transpor para conseguir competir de igual para igual com a escola européia, a principal do planeta.
Uma delas é convencer o Ibama a liberar o uso da pista por toda a temporada. Atualmente, o canal fecha de outubro a março por causa da piracema, a reprodução dos peixes. "Estamos realizando estudo de impacto ambiental para mostrar que a canoagem não atrapalha em nada a natureza", comenta o presidente da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), João Tomasini Schwertner.
De acordo com o dirigente, o restante dos obstáculos gira em torno do orçamento enxuto da entidade. Sem patrocínio fixo, e com dinheiro contado apenas para tocar os projetos em andamento, a CBCa não consegue tirar as idéias do papel. O jeito é se desdobrar em busca de soluções alternativas que completem os R$ 1,1 milhão anuais proveniente da Lei Agnelo/Piva. Enquanto tenta fazer com que os empresários invistam na modalidade usando a Lei de Incentivo ao Esporte como trunfo empresas que apoiarem terão 1% de desconto no Imposto de Renda declarado sobre o lucro real , a confederação torce para que o programa Navegar, do governo federal, volte a funcionar logo. O projeto consiste na inclusão social de crianças por meio de atividades náuticas.
Com a verba pública, a entidade pretende implantar núcleos de capacitação em parceria com escolas. Os alunos usariam o contraturno para treinar, ajudando a popularizar e descobrir novos talentos para o esporte. Devido ao canal, Foz seria a primeira sede. "Antigamente, o Navegar era muito complicado, não correspondia ao que precisávamos. Agora, com o ministro Orlando Silva (Esportes), acredito que funcionará melhor, com menos burocracia", explica o dirigente. "Meu trabalho sempre foi fazer da canoagem um esporte que atinja o maior número de pessoas", complementa.
Para ajudar na massificação da modalidade, especialmente no caso da Slalom, a médio prazo duas novas pistas artificiais devem ser erguidas no país com o apoio de hidrelétricas, repetindo a parceria entre a Itaipu e a CBCa. Palmas, no Tocantins, e Porto Velho, em Rondônia, seriam as cidades beneficiadas. "Precisamos de um pólo como esse que existe em Foz para ajudar a desenvolver o esporte na Região Norte", afirma o presidente da Federação Tocantinense de Canoagem (FTCa), Ton Fernandes.
Antes, porém, Schwertner tem um problema mais urgente para resolver: a substituição do francês Alain Jourdant no comando da seleção brasileira. "Após o Mundial, assinamos uma carta de intenções com a Federação Internacional de Canoagem para transformarmos o Canal Itaipu num centro internacional de treinamento, que visa à formação de atletas e técnicos", revela ele, descartando a contratação de um treinador do país para substituir Jourdant.
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