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As normas municipais do esporte em ilustrações: dia do kung fu (11/4), dia do skate (3/8) e atendimentos emergenciais em eventos de grande porte |
As normas municipais do esporte em ilustrações: dia do kung fu (11/4), dia do skate (3/8) e atendimentos emergenciais em eventos de grande porte| Foto:

Bancada boleira passa em branco

Apesar de terem boa parte de suas bases eleitorais ligadas ao esporte, alguns vereadores assumiram outras prioridades ao tomarem posse. Casos do torcedor atleticano Julião Sobota (PSC) e do ex-jogador coxa-branca Aladim Luciano (PV).

Em seu primeiro mandato, o integrante da uniformizada Os Fanáticos sentiu o impacto da burocracia no andamento dos projetos. "Quanto a gente assumiu, não tinha a ideia de como o processo é demorado. Se o tema é mais complexo, o trâmite chega a 90 dias. É muito lento", justificou o assessor Sandro Silveira, em nome do parlamentar.

Além dos projetos propos­­tos e retirados pelo próprio legislador, uma das interven­ções de Julião foi uma emenda parlamentar de R$ 100 mil para a construção de uma pista de skate de nível internacional na Praça Afonso Botelho, em frente da Arena. A iniciativa é mais uma, porém, que pode ser frustrada. A utilização do espaço pela Fi­­fa durante o Mundial, in­­terrompeu o andamento da proposta.

Sem nenhum projeto nesta legislatura na área esportiva, o ídolo coritibano computa como benefício ao setor uma emenda parlamentar de R$ 55 mil destinados à compra de equipamento esportivo pela Associação dos Deficientes Físicos do Paraná.

Homenagens

Menções em ruas e praças põem esportistas na pauta

Hoje secretário estadual para Assuntos da Copa de 2014, Mário Celso Cunha (PSB) defende os vereadores do rótulo de "legisladores de batismo" – dado ao excesso de propostas para dar nomes de ruas e praças, muitas em homenagens a figuras ligadas ao esporte. "Não é bem assim. Trata-se de uma incumbência dos vereadores e acaba sendo uma homenagem que conforta a família", justifica um dos campeões em nomeações.

Sua última proposição foi para homenagear o jornalista Armando Nogueira, mas a rua ainda não foi definida. Uma das propostas efetivada foi a denominação de uma praça no Bairro Santa Cândida com o nome do Jornalista Alexandre Zraik, morto em 2004.

Sobre a falta de projetos atuais, Mário Celso Cunha justifica. "Já fiz demais pelo esporte". Ele cita a lei sobre a Política do Esporte em Curitiba, de 2000, como uma das mais importantes. (ALM)

  • Pista de skate da Praça Afonso Botelho seria alvo de melhorias, mas esbarrou na Copa
  • Figuras do esporte são lembradas por políticos

Três leis em três anos e meio. Esse é o ranking da Câmara de Vereadores de Curitiba quando o assunto são as normas sancionadas exclusivamente ao esporte.

O placar revela a pouca importância dada pela casa legislativa municipal ao desporto de rendimento. A pouco mais de quatro meses da próxima eleição, em 7 de outubro, a área foi renegada a item supérfluo.

No geral, oito projetos seguem em tramitação e seis foram retirados pelos autores – como demonstra o sistema de proposições legislativas, disponível para consulta no site da Câmara.

O critério adotado para o levantamento da Gazeta do Povo exclui ideias voltadas a prática esportivas do lazer ou educacional; e também desconsidera a grande profusão de sugestões feitas como homenagem de Vulto Emérito e Cidadão Honorário.

"60%, 70% dos projetos são sobre nome de rua e título de cidadão. Acho errado. As propostas deveriam ser sobre temas mais importantes. No geral, não só no esporte", comenta o vereador Juliano Borghetti (PP), um dos três parlamentares cujo projeto já foi promulgado.

O político trouxe à legislação o único tema relevante da Câmara neste quadriênio: a Lei ordinária 14.005/2012, que dispõe sobre o atendimento emergencial em eventos de grande porte, incluindo esportivos.

Além dessa, apenas outras duas propostas ligadas ao esporte de competição entraram no ordenamento municipal: o dia do kung fu e o dia do skate, por iniciativa dos vereadores Professor Galdino (PSDB) e Julião Sobota (PSC), respectivamente.

Sobota, também conhecido como Julião da Caveira, ex-presidente da torcida uniformizada do Atlético, Os Fa­­ná­­ticos, viu suas medidas esbarrarem na inconstitucionalidade.

Sob o tema futebol, ele sugeriu o limite de horário para o término das competições esportivas, a impossibilidade da realização de mais de um jogo envolvendo os três times da capital no mesmo dia, a obrigatoriedade dos clássicos só nos fins de semana e a implantação de torcida única. Todas acabaram retiradas pelo próprio Julião.

"A preocupação era com questões de segurança nos jogos e a necessidade de se destacar um enorme contingente de policiais para evitar violência e vandalismo", justifica o assessor técnico do parlamentar, Sandro Silveira.

"Mas os projetos foram considerados inconstitucionais por interferirem di­­re­­­­tamente na Federação Pa­­ra­­naense de Futebol, que segue o calendário da CBF, fazendo essas tabelas malucas, vide a situação do Paraná Clube, com um jogo atrás do outro", critica.

O assessor ressalta que a mesma medida de torcida única barrada na Câmara foi adotada com uma "simples canetada" nos Atletibas da fase classificatória do Paranaense.

A casa legislativa nem sequer conta com uma comissão específica de esporte, entre as 19 existentes. A mais próxima é a Comissão Especial de Acompanhamento Copa 2014 e Olimpíada de 2016, apesar dos Jogos ocorrerem na cidade do Rio. As questões esportivas são discutidas na Comissão de Educação, Cultura e Turismo.

"O esporte e o turismo são os mercados que mais crescem no mundo e a casa de leis deveria pensar mais no assunto, criar uma comissão de esporte, para incentivar mais atletas e a prática esportiva. Pelo tamanho de Curitiba, acho que o orçamento para o esporte deveria ser maior", defende Borghetti.

No ano passado, os vere­­a­dores aprovaram por meio de emendas o repasse de R$ 1,950 milhão para a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer e Juventude. Para este ano, o montante via Câmara Mu­nicipal de Curitiba será de R$ 1,890 milhão. Os valores, porém, são destinados a todas as esferas esportivas – incluindo social, lazer e educacional.

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