O fim de 23 anos de jejum sem conquistas na Divisão Especial da Suburbana não poderia ser mais sofrido e emocionante para o Capão Raso. Na decisão contra o Combate Barreirinha, o título que era aguardado desde 1981 foi decidido apenas na disputa por pênaltis.
Jogando fora de casa, no sábado, o "Esquadrão de Aço" segurou o rival no tempo normal e na prorrogação. Após o 0 a 0, sem muitos lances de gol em 120 minutos, o goleiro Paulão se consagrou como herói da conquista.
O camisa 1 defendeu a cobrança de Hideo, o craque da equipe adversária. O volante Nílson converteu o pênalti decisivo fechando o placar em 5 a 4.
Com o resultado, além de evitar o tricampeonato do time da zona norte, os novos campeões do futebol amador de Curitiba se vingaram da final de 2004. No ano passado, também com a última partida na Barreirinha, o Capão saiu derrotado na prorrogação.
"Em 1999 e no ano passado nós chegamos à final, mas não deu. Dessa vez não podia escapar. Valeu a pena todo esse tempo de espera. Sempre continuamos na luta pelo título e agora a comunidade do Capão Raso já pode gritar: "É Campeão", vibrou Juarez Mocelim, técnico e vice-presidente do clube e que desde 1984 participa da administração.
Dentro do gramado, invadido pelos torcedores, a comemoração tinha um alvo principal: o goleiro Paulão. Além de defender a penalidade decisiva, o arqueiro teve pelo menos duas participações importantíssimas com a bola rolando.
No último lance do tempo normal, segurou firme a cabeçada à queima roupa de Guilherme. Nos instantes finais da prorrogação, espalmou um chute cruzado de Ale.
"Desde o primeiro jogo da temporada entramos pensando na conquista. Isto foi importante para ganharmos depois de tantos anos", disse o destaque.
Aos 28 anos, o camisa 1 do Capão não esconde o que espera depois da tarde em que foi carregado nos ombros "Ainda quero uma chance no profissional. Comecei no Paraná, passei pelo Atlético e rodei o interior. Como goleiro joga até uma idade mais avançada, ainda posso ter uma oportunidade", afirmou, enquanto os torcedores cantavam, sem ironia: "É o melhor goleiro do Brasil: Paulão."
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