O patrocínio de estatais ou de empresas de economia mista (com participação acionária governamental e da iniciativa privada) é a principal fonte de renda dos esportes olímpicos mais populares do País. Atletismo, judô, basquete, vôlei, natação, ginástica, futsal e handebol recebem, por meio de suas confederações, apoio de empresas como a Caixa Econômica Federal, Infraero, Eletrobrás, Banco do Brasil, Correios e Petrobras.

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A Caixa Econômica Federal é a principal patrocinadora do esporte brasileiro. Em 2007, injetou mais de R$ 18 milhões apenas no alto rendimento, em repasses para a Confederação Brasileira de Atletismo (que ficou com a maior parte - R$ 10,5 milhões), Confederação Brasileira de Ginástica (R$ 2,235 milhões), Confederação Brasileira de Lutas Associadas (R$ 500 mil) e para o Comitê Paraolímpico (R$ 4,880 milhões). Outros R$ 14 milhões foram gastos em ações escolares e em projetos sociais de atletismo, além da promoção de circuitos de corridas de rua.

No ano passado, a Petrobras também desempenhou papel importante na preparação da delegação que representaria o Brasil nos Jogos de Pequim. A empresa - que patrocina a Confederação Brasileira de Handebol e também investe no Flamengo - destinou quase R$ 26 milhões para o Comitê Olímpico Brasileiro. A verba foi cedida via Lei de Incentivo ao Esporte, que prevê renúncia fiscal de parte do imposto de renda devido por pessoas físicas ou jurídicas.

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A menina dos olhos do investimento público está nas determinações da Lei 10.264. Popularmente conhecida como Lei Agnelo-Piva, foi sancionada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 2001 e garante o repasse de 2% da arrecadação bruta das loterias federais para o esporte olímpico e paraolímpico. O COB tem direito a 85% do valor total - os 15% restantes são do Comitê Paraolímpico.

Em 2007, o COB recebeu exatos R$ 84.956.905,90. Cerca de R$ 37,4 milhões foram destinados às confederações - a de vela ficou com a maior fatia, R$ 3,5 milhões. O COB, entretanto, ficou com a maior parte da verba: mais de R$ 42 milhões. A diferença, de acordo com relatório disponível no site da entidade, foi investida no esporte escolar e universitário.

Os clubes, contudo, também querem entrar nessa divisão. Daqui a uma semana, será realizado o lançamento do Conselho de Clubes Formadores de Atletas. Uma das principais reivindicações do grupo, formado por Pinheiros, Minas e Flamengo, entre outros, é o recebimento de parte dos valores da Lei Agnelo-Piva.