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Ginástica

Estréia de gala, com embaixada

Uma estréia de gala, para uma atleta de gala. Na estréia da nova coreografia no solo de Daiane dos Santos – o "Isso aqui, o que é?", de Ary Barroso – o adjetivo cheio de pompa traduz com perfeição o momento em que vive a campeã mundial e toda a ginástica brasileira.

Gala, em uma das definições do dicionário Aurélio, significa festa nacional. E quem foi ontem pela manhã ao Ginásio do Tarumã, em Curitiba, ou assistiu a tudo pela televisão, não tem dúvidas de que participou de uma dessas comemorações.

Com a presença de mais de 3 mil pessoas, a ginástica brasileira homenageou alguns esportes que estarão no Pan do ano que vem, no Rio de Janeiro e, descompromissadamente, provou ter virado de vez um esporte popular.

A conclusão não é apenas pela simbiose vista entre o público e os atletas dentro do ginásio. É também tirada pela fila de quase uma quadra do lado de fora do Tarumã quando faltavam apenas alguns minutos para a apresentação começar – situação antes comum apenas ao vizinho Estádio Pinheirão.

Para se ter uma idéia do fenômeno, há cerca de três anos, o Brasil fez uma competição-treino em Curitiba, no Clube Curitibano, reunindo várias seleções de países importantes, em uma mesma manhã de domingo, e lá não estavam nem 200 pessoas para aplaudir as ginastas. Ontem, houve até ola.

No total, uma arrecadação de quase 3 toneladas em alimentos que serão doados ao Hospital San Julian, em Piraquara. E grande parte disso em suco natural de caixinha, como se o público estivesse dando aquilo tudo para os próprios ginastas.

Todos queriam ver Daiane e sua nova coreografia. Mas viram bem mais que isso. Uma extrovertida apresentação que teve de tudo, da representação, dança às esperadas acrobacias.

O mote do show era mostrar que "a ginástica é parte da vida cotidiana, está em tudo". A homenagem passeou pela vela, boliche, artes marciais, ciclismo, basquete, hipismo, vôlei até chegar ao tão esperado futebol. Era a deixa para a Pérola Negra.

Com a camisa da seleção e uma bola debaixo do braço, Daiane começou tentando algumas embaixadinhas com pouco sucesso e então logo deu uma canja do que será a nova coreografia.

"‘Isso aqui o que é?" ainda não está totalmente pronto. De acordo com a ginasta ainda falta dar "uma limpada" na série até a estréia oficial, no fim do mês, na etapa da Copa do Mundo na Rússia. A apresentação de ontem também não contou com as principais acrobacias, como o duplo twist carpado. Mas lá estava de novo a graça da maior ginasta brasileira de todos os tempos.

"É um prazer", ela revelou depois sobre o que sentia quando terminava o exercício. Só ficou insatisfeita com as mal fadadas embaixadinhas. "Treinei antes, tinha feito um monte. Na hora não consegui três. Não adianta, no futebol eu tenho de jogar na zaga", brincou.

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