Maringá "A Adap é diferente". A frase do diretor de relações internacionais Omir Borges, pode soar pretensiosa. Mas quem visita a estrutura do clube, logo se convence do contrário.
Fundada em 2001 sob as normas que regem as empresas, a Associação Desportiva Atlética do Paraná vive do comércio de jogadores. E se orgulha disso. É justamente com o dinheiro que vem da negociação de seus craques famosos que o clube consegue manter a estrutura da fábrica, um Centro de Treinamento à margem da BR-369 de fazer inveja a muitos dos times grandes.
Com sete campos (cinco oficiais), refeitório, alojamento e um completo departamento médico e fisiológico, a Adap não cobra nada dos cerca de 160 atletas que passam diariamente por lá. Mesmo de graça, não falta nada para que a promessa tenha condições de virar realidade e assim retribuir, de preferência com dólares, o investimento do patrão.
Foi o que aconteceu com o atacante Adílson Popó. O jogador voltou ao Ulsan Hyundai (equipe irmã da Adap no outro lado do mundo) no começo do mês passado, após brilhar em gramados coreanos no segundo semestre de 2005. Em contrapartida, quatro pequenos orientais estão alojados no CT do Leão tentando desvendar e aprender um pouco da magia que o brasileiro tem com a bola nos pés. As aulas custam mensalmente US$ 1 mil a cada menino de olhos puxados.
"Estamos acabando com a idéia de que todos os times do interior são fracos. A Adap lutou muito para conseguir o destaque que tem hoje. É um momento de glória. E nós não pretendemos parar por aqui. Vamos disputar a Série C e queremos chegar à B já neste ano", revelou Borges.
Para quem peregrinou por Jacarezinho e Ponta Grossa para conseguir disputar a Série Ouro do Estadual em 2003 o clube teve que comprar a franquia da falida equipe dos Campos Gerais - antes de firmar residência no Vale do Ivaí, a Adap ainda se assusta com a velocidade da evolução. A vaga para decidir o Regional com o Paraná trouxe tanta exposição na mídia quanto o talentoso Jean Carlos Chera, menino-prodígio de 12 anos cuja carreira foi impulsionada por um vídeo na internet. O sucesso meteórico fez o garoto bater assas e levantar vôo rumo ao Santos. O caso está na Justiça. (CEV)
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