A Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) promete divulgar ainda neste mês o relatório final sobre as 12 cidades escolhidas para a Copa do Mundo de 2014. Entretanto, algumas informações já foram divulgadas, e a mais interessante delas envolve a projeção de investimentos que teriam se estar envolvidos para que o Brasil esteja pronto para o Mundial. Segundo o documento, que será entregue ao presidente Lula, ao ministro do Esporte, Orlando Silva, e ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o país terá de investir nada menos do que R$ 100 bilhões pelos próximos 10 anos.

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"Nós da Abdib trabalhamos com a premissa de que o país precisa de investimentos de R$ 100 bilhões em infraestrutura, em energia em todas as suas formas, em transporte em todos os modais, em saneamento básico e meio ambiente, além das telecomunicações. Tudo isto deve ser feito para até o fim desta década para que o Brasil seja competitivo a nível mundial", declarou o vice-presidente da Abdib e coordenador do relatório que está sendo enviado à Fifa, Ralph Lima Terra, em entrevista ao canal Bloomberg.

Ao todo, o estudo da entidade analisou nove pontos principais – portos, aeroportos, mobilidade urbana, telecomunicações, saneamento básico, segurança, saúde e hotelaria – e aponta agora muitos desafios que virão pela frente. De acordo com Terra, a Copa de 2014 pode acelerar a atração de investidores privados para que esta meta ousada seja atingida. Contudo, é necessário que o governo, em todas as suas esferas, crie condições para que o dinheiro chegue ao seu destino.

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"Tudo envolvem questões econômicas, financeiras, sobre os direitos e deveres de cada um destes segmentos. Como as telecomunicações, que já tem maciça presença do investidor privado, mas é preciso imaginar que um investimento adicional só pode ser feito com condições apropriadas. A área dos aeroportos é outro exemplo, assim como a rede hoteleira e o setor de energia. Temos que aprimorar as regras e acelerar o processo de atração do investidor", explicou Terra.

O vice-presidente da Abdib diz ainda que o estudo pode sugerir a participação efetiva do capital privado nos aeroportos, hoje controlados em sua totalidade pela Infraero, órgão estatal. Por ora, o que se sabe é que nenhuma das 12 cidades escolhidas está em condições para receber a Copa de 2014. O próximo passo é preparar um novo estudo, tratando do detalhamento dos projetos.

"Já tem muita coisa sendo feita, independentemente da Copa. Não é novidade que o Brasil precisa de investimentos em infraestrutura, algumas cidades têm programas consistentes. Agora temos que nos focar nos itens mais importantes e acelerar todo o processo", concluiu Terra.