Apesar de já estar se tornando irritante para os torcedores, o debate público de assuntos envolvendo os bastidores políticos do Coritiba continuam em pauta. Desta vez o protagonista volta a ser o ex-presidente Evangelino Neves, apenas um dia depois da "esperada" entrevista coletiva promovida pelo atual presidente Giovani Gionédis e sua diretoria.
Na próxima quinta-feira, o advogado Raul Rangel, que representa o ex-presidente Coxa, protocola uma ação criminal por falsificação no Ministério Público, contra Gionédis e todos os dirigentes que estavam com ele durante a coletiva. "Vamos provar que houve a apresentação de documentos fraudulentos e além do atual presidente, vamos indicar todos que estavam na coletiva por co-participação", disse Rangel.
O presidente do Coritiba se defende e alega desespero da oposição. "Quando uma premissa falsa desmorona, como essa da assinatura, não há mais nada a se dizer. O laudo foi baseado na ciência grafotécnica. Se você quiser assinar um documento com a mão esquerda, eles provam que a assinatura é sua. Não tem como enganar", afirmou.
Segundo o advogado, o documento não foi elaborado por um perito confiável. "É um documento tendencioso, encomendado e feito por uma empresa que está sendo investigada por fraudes. Um documento desses, em um caso que teve como beneficiário o atual presidente do Coritiba, não tem legitimidade nenhuma", explica Rangel.
Já o presidente Giovani Gionédis disse que para ele o caso já está encerrado. "Todas as pessoas tem o direito de protocolar o que quiser, contra quem quiser, desde que assuma a responsabilidade pelas conseqüências que possam existir. O que não entendem é que não fui eu quem fez o laudo, mas sim dois peritos especializados. Para mim é um caso encerrado".
Ele diz ainda que testemunhas viram que foi mesmo Evangelino quem assinou os documentos. "Tem um efeito infantil nessa alegação defendida pelo advogado do Evangelino. Para o registro de chapa, da qual o ex-presidente fazia parte, ele teve que assinar o documento. Além disso, teve sua participação na votação, acompanhado por várias testemunhas".
O representante do "Campeoníssimo", como é conhecido o ex-presidente Evangelino, promete intensificar a fiscalização para que não haja "influências externas" no andamento do processo. "O Ministério Público, em entendendo que a matéria possa sofrer alguma intervenção, motivada pela influência que Gionédis tem nas esferas públicas - o que é sabido e notoriamente público pode pedir a prisão preventiva do senhor Gionédis. O próprio governador Roberto Requião acompanhará o caso", garantiu Rangel.
Gionédis afirmou que já não faz parte do governo há muito tempo. "Já não tenho relações com o governo há pelo menos seis anos. Não existe nada disso. Foi um laudo feito por um perito de reputação conhecida, que trabalha inclusive para alguns juízes. Eles jamais comprometeriam seus nomes".
Por fim, o advogado Raul Rangel disse que vai entrar com mais um processo contra Gionédis. "Vamos aguardar o pronunciamento do MP, que deve requisitar um laudo acima de qualquer suspeita junto ao Instituto de Criminalística do Paraná, para depois entrar com uma ação por danos morais contra o Gionédis".
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