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A excelente atuação do meia Éverton na vitória do Paraná por 4 a 3 sobre o Cruzeiro, domingo, em Belo Horizonte, coroou uma aposta feita em 2001 no futebol de um menino franzino de Nortelândia, pequena cidade do Mato Grosso. Iniciativa de um morador de Curitiba, que foi passar férias por lá e detectou o talento nos pés do garoto, então com 12 anos. Sacrifício da família, que permitiu a viagem dele para tentar a sorte na capital paranaense.

Por mais que Éverton tenha vindo cheio de sonhos, era difícil imaginar que se passariam apenas seis anos desde os primeiros treinos numa escolinha patrocinada pelo São Paulo no bairro Fazendinha até se tornar profissional de um time da Série A. Não o Tricolor paulista, mas o paranaense, que chamou o garoto para um teste aos 13 anos.

"Era muito magrinho e baixinho quando saí da minha cidade. Acho que ninguém acreditava mesmo", lembra o meia, que por isso não se cansa de falar da gratidão que tem pelo seu descobridor, o comerciante Luís Godói. "Ele estava por lá, ouviu falar e foi me ver jogar. Depois me trouxe para Curitiba e foi como um pai, me comprando comida, remédio...", conta.

No início deste ano, profissionalizado duas temporadas antes de estourar a idade limite dos juniores e com um salário melhor, decidiu trazer a família toda para cá. "É bem melhor com o pai e a mãe por perto, né. Ainda mais para mim, que fiquei tanto tempo afastado", reconhece.

Desde que aportou no Tricolor, Éverton foi o destaque em todas as categorias pelas quais passou. Porém isso chegou a criar um problema na chegada aos profissionais, detectado pelo ex-técnico Zetti durante o Paranaense.

"Ele até brincava comigo que eu era meio peladeiro, gostava de correr por todo o campo e não guardava posição", diz o meia, que teve então de trabalhar a noção tática. "Foram muito importantes os conselhos dele e do (auxiliar) Silas para eu me tornar um jogador mais maduro", agradece.

E Éverton tem mostrado que aprendeu. Nas vitórias sobre Juventude, ainda orientado por Zetti, e Cruzeiro, na estréia do técnico Pintado, entrou no segundo tempo para ajudar o time a conseguir viradas, cumprindo muito bem a ordem dos comandantes e dando força ofensiva ao time.

"O Pintado também vem me dando muita confiança, falando que vou ser importante para o time no Brasileiro", diz o ex-peladeiro, que agora espera uma chance no time titular. Quem sabe domingo contra o São Paulo, clube que o deixou escapar na época da escolinha do Fazendinha.

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