Zurique - Um dos principais nomes da administração do futebol na Europa acusa o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, de ter pedido propinas em troca de seu voto na escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022. A denúncia foi feita a uma CPI criada no Parlamento Inglês por Lorde Triesman, ex-político, ex-presidente da Associação Inglesa de Futebol e da candidatura de Londres para a Copa.
Segundo o cartola, Teixeira ainda alertou que a negociação de uma suposta troca de favores teria de ocorrer diretamente com ele e não com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Lula não é nada", teria dito Teixeira ao inglês. O presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter, prometeu investigar e até suspender da entidade os envolvidos, caso as evidências sejam apresentadas.
A CPI inglesa criou ontem um terremoto no mundo do futebol ao mostrar como pelo menos oito cartolas dos 24 membros do Comitê Executivo da Fifa teriam pedido presentes, dinheiro, títulos e favores em troca de votos. Dois já haviam sido suspensos pela própria Fifa.
Além de Teixeira, a CPI revelou que o Catar teria pago US$ 1,5 milhão para garantir pelo menos dois votos da Fifa, além de pedidos dos membros da entidade por favores em troca de apoio.
As escolhas das sedes de 2018 e 2022 para organizar a Copa foram permeadas por escândalos. Rússia e Catar foram escolhidos. Já a Inglaterra, apesar de envolver em seu lobby o príncipe William, conseguiu apenas um voto. Uma investigação foi aberta pelo Parlamento Britânico e agora escancara mais uma vez a forma pela qual as sedes de Mundiais são escolhidas.
Apesar dos repetidos escândalos, essa é a primeira vez que o nome de Ricardo Teixeira faz parte oficialmente de uma investigação. Triesman admitiu que foi procurar Teixeira em uma partida entre a seleção brasileira e a inglesa, realizada no Catar no dia 14 de novembro de 2009. O inglês pediu o apoio à candidatura para 2018 e, para se aproximar do brasileiro, elogiou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma insinuação de que gostaria de ter acesso ao governo.
Segundo o depoimento de Triesman ao Parlamento, Teixeira respondeu de uma forma que o surpreendeu. "Lula não é nada. Venha e me diga o que você tem para mim", teria declarado Teixeira a ele, por meio de um intérprete.
O caso que mais chama a atenção entre os políticos ingleses foi o suposto pedido do paraguaio Nicolas Leoz para que fosse transformado em nobre. Leoz é presidente vitalício da Conmebol e chegou a ser citado em um processo de corrupção envolvendo a Fifa na Suíça. Leoz teria pedido para ser reconhecido como lorde pela rainha, em troca do apoio.
Resposta
Ricardo Teixeira rebateu duramente as acusações feitas e prometeu acionar Triesman judicialmente pelas "absurdas declarações que, na verdade, tentam esconder o seu fracasso na condução da candidatura da Inglaterra, já que só obteve um voto, além daquele, logicamente, dado por ele mesmo", declarou Teixeira, em nota publicada no site da CBF.
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