Manifestantes deitaram de mãos dadas no calçadão por cerca de meia hora| Foto: LUISA DE PAOLA/ AFP PHOTO

Mesmo um time formado por apenas dois jogadores considerados titulares (Artur e Pedro Ken) pode apresentar um certo entrosamento e conquistar bons resultados. Explica-se: grande parte dos reservas do Coritiba, que atuaram na vitória sobre o Cascavel, ontem no Couto Pereira, já sentiu o gosto de vestir a camisa titular. Fica mais fácil ainda alcançar um triunfo se um atacante experiente estréia na mesma tarde e ainda sofre o pênalti para que Anderson Gomes, um dos reservas, abra o placar. "O Muñoz trouxe velocidade e movimentação ao nosso setor ofensivo", destacou o técnico Guilherme Macuglia, referindo-se ao colombiano que fez sua primeira partida pelo clube.

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Mas a base do triunfo foi a força dos defensores. Se os zagueiros-artilheiros do time titular, Henrique e Leandro, já marcaram juntos seis vezes, os suplentes Ozéia e Douglão, que eram os "donos da zaga" no início do Estadual, não deixaram por menos. Ontem, estufaram a rede do goleiro Glédson sem piedade.

Ozéia fez de cabeça, depois da cobrança de escanteio de Pedro Ken. Um gol comum, construído em jogada típica no futebol, quando o zagueiro aproveita a boa estatura para dar uma força aos companheiros no ataque nas bolas paradas. Aos 37 minutos do segundo tempo, Douglão contribuiu de forma mais surpreendente. Foi dele o lance mais bonito do jogo, com o chamado "gol de placa", mais freqüente nos pés de um atacante habilidoso. O zagueiro se lançou ao ataque em velocidade, pasou por todo mundo e viu o goleiro adversário adiantado. Aí, tocou por cima. O golaço arrancou aplausos dos torcedores e pode representar uma nova fase de Douglão dentro do clube, depois de perder espaço devido a apresentações irregulares.

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Humilde, o zagueiro revelado no CT da Graciosa, promete paciência na busca da ressurreição no Alto da Glória. "Sei que apenas com o tempo vou ganhar novamente meu espaço no time e no coração do torcedor. O melhor de tudo é que vencemos", garante. Ele, porém, não escapou feito antológico que protagonizou minutos antes. "Vi o goleiro saindo e toquei por cima, tive calma para concluir", conta ele, que está fora do clássico com o Paraná, na última rodada da segunda fase por ter levado o terceiro amarelo.