Quatro vezes campeão estadual e uma nacional pelo Paraná, Ageu começa a construir uma nova carreira na Vila Capanema.
Zagueiro aposentado desde 2005, quando defendeu o XV de Campo Bom-RS, ele retornou ao Tricolor neste ano, inicialmente para treinar o time infantil. Com a chegada em fevereiro de Paulo Bonamigo seu técnico em 2001 esse curitibano de 36 anos foi promovido a auxiliar da equipe profissional. E permaneceu na função mesmo com a chegada de Rogério Perrô e, depois, Paulo Comelli.
"Pretendo ser treinador", revela. "Mas sei que tenho que me aperfeiçoar ainda na parte física, fisiológica e também na parte de informática", enumera.
Para esta nova caminhada, Ageu leva o próprio exemplo dos tempos em que começou como jogador, nas categorias de base do Colorado e depois do Paraná. Época difícil, em que trabalhava pela manhã como auxiliar de lataria em uma fábrica de freezer, treinava à tarde e estudava à noite.
"As dificuldades eram enormes. Pegava três ônibus para ir ao treino. A gente carregava freezers velhos e reformava. Aquele dinheirinho que eu ganhava na parte da manhã eu usava para ir no treino da tarde", relembra.
Também leva histórias engraçadas, como a do dia em que ele e o ex-lateral-esquerdo Ednélson pegaram um extintor no hotel e dispararam contra o volante Hélcio. "Foi uma brincadeira até de mau gosto. Você vê no futebol muitas dessas bobagens que a gente faz. Até o Hélcio entrou de laranja nessa história, porque era para o Marcelo Valença (goleiro que hoje atua na Suburbana). Teve uma confusão, a gente teve que pagar toda a limpeza do hotel, mas foi tudo superado", garantiu.
Ou de um colega cujo nome ele não revela de jeito nenhum que maltratou a língua portuguesa ao comemorar um gol em um clássico no Couto Pereira. "Ele fez o gol e passou correndo na frente do banco, apontando e gritando esse gol é seus, esse gol é seus", conta, aos risos.
Com 26 gols em 354 jogos com a camisa tricolor, Ageu lembra com carinho de seus títulos como profissional pelo clube: o Módulo Amarelo da Copa João Havelange, em 2000, quando formou com Hilton e Nem uma defesa quase impenetrável, e os estaduais de 1993, 95, 96 e 97. Só não foi penta porque esteve emprestado ao Iraty em 94.
Apesar do currículo vitorioso, prefere pensar no futuro. "O título pelo qual eu tenho mais carinho é sempre o próximo", diz.
E o futuro é incerto para o Tricolor, atualmente na zona de rebaixamento à Série C. Falar sobre os erros que levaram o time à situação atual incomoda um pouco o ídolo.
"Os jogadores não conseguiram entender a filosofia do treinador, às vezes também o treinador pode cometer erros", explica. "O momento do Paraná dentro de casa também era ruim. Aí o torcedor já não gosta e alguns jogadores sentiram essa cobrança, não rendendo o esperado."
Para ainda manter-se na Segundona, Ageu acredita que o Tricolor precisará do reforço especial da torcida. "Em todos os jogos a partir do Bahia (amanhã) tem que ter no mínimo 10, 12 mil pessoas na Vila. A torcida do Paraná é grande, é enorme, ficou chateada, mas o momento agora é de todos se unirem", reivindicou, querendo uma nova demonstração de força dos paranistas.
"Quando foi para cobrar eles vieram, cobraram forte. Agora que a gente precisa do apoio, que venham forte também. No grito eu tenho certeza de que estes jogadores vão dar uma resposta positiva e vão subir na tabela", acrescentou.
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