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Viáfara, ex-Atlético, é um dos símbolos de um time sem grandes nomes e pouco dinheiro | Eduardo Martins/ Agência A Tarde
Viáfara, ex-Atlético, é um dos símbolos de um time sem grandes nomes e pouco dinheiro| Foto: Eduardo Martins/ Agência A Tarde

Tumulto e bronca na véspera da decisão

Da Redação

O Santos enfrentou tumulto para poder treinar ontem, em Salvador, na véspera da decisão de hoje contra o Vitória. A atividade realizada em um clube da cidade teve a presença de cerca de 200 pessoas, a maioria enlouquecida para ver os meninos da Vila Belmiro. No fim do recreativo de uma hora, houve invasão de campo, o que deu muito trabalho para os seguranças e irritou parte dos santistas.

A maioria dos jogadores ainda conseguiu praticar finalizações a gol graças à barreira de proteção criada pelos seguranças no meio do campo. Dos mais assediados, Neymar e Robinho fugiram do contato com o público, sendo escoltados até o ônibus, enquanto Ganso e André mostraram um pouco mais de paciência para atender aos fãs.

Em meio ao clima quente e de expectativa para o primeiro título do clube no torneio, o técnico Do­­rival Júnior decidiu manter o suspense sobre a escalação que levará a campo nesta noite. Mar­­qui­­nhos e André disputam uma vaga.

A escolha do treinador definirá a formação tática da equipe. Com o meia, o desenho seria o 4-4-2, com ele dividindo a responsabilidade de criação com Ganso; optando pelo atacante, o Peixe partiria para o ousado 4-3-3.

"Ainda não decidi. Não vai fu­­gir daquilo que todos nós sabemos e conhecemos do Santos. Vamos continuar com nosso fu­­tebol ofensivo", afirmou Do­­ri­val, que teve ainda de agir para contornar a nova pequena crise criada no clube por Felipe, Mád­­son e Zé Eduardo. Os três se de­­sentenderam pela internet com um torcedor que criticou o goleiro após o jogo com o Pru­­dente e ainda debocharam de Ro­­binho, que tentava acabar com a "brincadeira" online. A bronca do treinador durou 40 minutos.

  • Vitória x Santos

Com orçamento parecido ao das equipes do futebol paranaense, o Vitória decide, às 21h50, em Sal­­vador, a Copa do Brasil. Encara o San­­tos precisando vencer por três gols de diferença para ficar com o título – se fizer 2 a 0 a taça será de­­cidida nos pênaltis. O clube baiano é um exemplo de que é possível chegar longe em campeonatos nacionais mesmo ficando distante das cifras astronômicas dos times mais badalados do país.O Rubro-Negro do Barradão tem folha salarial de R$ 800 mil mensais. Bem menos do que os cerca de R$ 1,5 milhão gastos atual­­mente pelo Atlético e dos R$ 1,4 milhão bancados pelo Cori­­ti­­ba quando estava na Série A, no ano passado. Hoje, o time alviverde custa R$ 700 mil. Fora do Clube dos 13, o Paraná está abaixo, com aproximadamente R$ 350 mil de despesa salarial a cada 30 dias.

Se comparado com o Peixe en­­tão, o investimento do Leão de Sal­­vador é ínfimo. Somente o astro Robinho recebe mensalmente mais do que o elenco adversário inteiro: R$ 1,2 milhão de um custo mensal que chega a R$ 3 milhões para todo o time santista.

"É preciso ter um critério muito firme para contratar e não errar. Assim o time foi montado", explicou Carlos Arini, diretor de futebol do Vitória.

A política do bom e barato im­­plantada pelo clube trouxe para a disputa da Copa nomes pouquíssimo badalados, mas eficientes. En­­tre eles, destacam-se o lateral-es­­querdo Egídio (ex-Paraná), o volante Fernando (ex-Atlético), o meia Renato, além dos atacantes Júnior e Schwenck.

O restante do plantel baiano tem seis jogadores revelados nas categorias de base (outra tradicional aposta do clube) e outros veteranos com passagem pelo Furacão: casos do goleiro Viáfara, do meia Ramon e do volante Wanderson – capitão da equipe, ele está fora da final por ter recebido o terceiro amarelo.

"Não somos azarões como se tem dito, o Vitória é o favorito, e é isso que venho falando para os jo­­gadores", garantiu o técnico Ri­­car­­do Silva, outro desconhecido trunfo dos rivais de Neymar, Ganso e companhia, apostando no retrospecto de 19 gols marcados em cinco jogos dentro de casa.

Otimismo que retrata uma rea­­lidade absolutamente distante dos times paranaenses. Em todo o início de temporada, atleticanos, coxas-brancas e paranistas traçam a Copa do Brasil como principal (e mais acessível) meio de se vencer um torneio nacional e chegar à Libertadores. Mas so­­mente o Coritiba, em duas oportunidades (1991 e 2009), alcançou as semifinais.

Para o ano que vem, as apostas na competição eliminatória já viraram promessa na Baixada, por exemplo. "É uma meta entregar o clube na Libertadores", assegurou o presidente Marcos Malucelli. So­­nho que não é diferente no Alto da Glória e na Vila Capanema.

Ao vivo

Vitória x Santos, às 21h50, na RPC TV, Band, ESPN Brasil e SporTV.

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