O próximo domingo, 24 de julho de 2005, ficará para sempre marcado na memória dos fãs de automobilismo no Brasil e na Argentina. O Autódromo Internacional de Curitiba, em Pinhais, receberá na mesma data duas das cinco principais categorias de carros de turismo do planeta: a brasileira Stock Car e a argentina TC 2000.

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O intercâmbio entre os dois maiores campeonatos do automobilismo sul-americano começa na capital paranaense (com a sétima etapa da TC 2000) e será repetido em Buenos Aires, em outubro, quando os carros brasileiros se apresentarão na terra do tango. O mais importante nessa união é o surgimento do embrião de um grandioso torneio continental de carros de turismo.

"Ainda não temos nada definido sobre isso. Por enquanto vamos pensar em fazer bem essa corrida. Em outubro a Stock vai a Buenos Aires. Aos poucos os argentinos vêm correr na Stock, alguns brasileiros vão para lá e depois vamos pensar", afirmou o presidente da TC 2000, Pablo Peón.

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Pela primeira vez em 25 anos de história, uma etapa da TC 2000 ocorre fora da Argentina. Já a Stock Car terá em Buenos Aires sua segunda corrida internacional – a anterior foi em 1979, em Portugal.

"Já faz dois anos que o Pablo (Peón) me trouxe essa idéia. Nosso projeto é dar início a um grande intercâmbio entre as duas categorias. Escolhemos Curitiba pela distância da Argentina e pela estrutura do Autódromo. Queremos trocar informações em várias áreas: na parte técnica, organizacional e dos pilotos", explicou Carlos Col, gerente da Stock Car.

As semelhanças entre as duas competições param no fato de serem as maiores categorias de seus países e de atraírem grandes públicos aos autódromos. No restante, principalmente no que se refere aos carros, praticamente tudo é diferente.

"Não há grau de comparação. A Stock segue o modelo americano e a TC, o europeu. As diferenças técnicas fazem nós termos uma velocidade final maior. Porém eles freiam melhor e são mais ágeis nas partes de baixa velocidade. A cobertura da tevê é parecida, mas ainda perdemos no espaço da imprensa escrita, por exemplo", avaliou Cacá Bueno, atual líder da Stock Car e que já atuou por dois anos na TC 2000.

A desigualdade também se reflete no investimento. A TC 2000 utiliza muito mais tecnologia do que a competição brasileira, o que encarece a manutenção de uma equipe de ponta. Estima-se que na classe argentina o valor para uma temporada inteira chegue a R$ 2,2 milhões, três vezes a mais do que na Stock.

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Essa disparidade de valores ocorre por causa da utilização da telemetria – componente informatizado que permite à equipe ver todo o comportamento do carro enquanto ele está na pista, e é proibido na Fórmula 1, por exemplo.

A proliferação das marcas dentro das pistas é outro fator que chama atenção ma TC 2000. Na Stock, só a partir de 2005 a Mitsubishi pode entrar no campeonato – antes exclusivo da Chevrolet. Já na categoria argentina, são dez marcas competindo em todas as corridas da temporada: Mitsubishi, Chevrolet, Fiat, Toyota, Chrysler, Honda, Renault, Volkswagem, Ford e Peugeot.