A paranaense Marisa da Silva Cruz, 63 anos, é a recordista do Troféu Brasil de atletismo. Já o paulista Augusto Trindade, de 78 anos, e a carioca Maria Correa Alves, 81, nem lembram mais quantas vitórias em maratonas trazem no currículo.
Juntos, os três atletas somam 222 anos. E se unissem suas passadas, com facilidade teriam dado a volta ao redor da Terra. Cada um tem, no mínimo, 20 anos de histórias em maratonas pelo mundo.
Uma lição de vida dada a cada corrida que virou até conceito. A explicação dos três atletas para a longevidade: o limite não existe, é apenas mais uma marca a ser batida. O próximo desafio será domingo, na Maratona de Curitiba, com largada prevista entre às 7 e 8 horas.
"Correr foi um presente de Deus. Se não tivesse isso, nem sei o que seria da minha vida hoje", afirma Augusto Trindade, que chega hoje a Curitiba, desembarca na rodoviária e vai direto dar uma olhada no percurso da prova.
Ele lembra de sua primeira corrida, em Limeira, no ano de 1986, e também da colocação, último. Não aceitou a derrota, começou a treinar e, hoje, raramente perde. A disputa, contudo, não é com ninguém além dele mesmo. O melhor exemplo disso foi em 92, Blumenau.
Enquanto corria, Trindade foi atropelado por uma moto, teve de ser levado ao hospital, mas depois de medicado exigiu voltar ao ponto do acidente para terminar a maratona em pouco mais de cinco horas.
Já Maria começou a correr aos 56 anos. Hoje tem 81. E brinca: "Acho que nem estaria mais viva se não tivesse começado a correr. Oitenta anos é muita coisa, menino. Você nem imagina". A ex-professora agora faz curso de italiano, se preparando para o Campeonato Mundial do ano que vem, na Itália. "Passo dois anos economizando o meu dinheirinho. Depois, o que falta, alguém da família completa."
Na Europa, ela deve encontrar Marisa. A paranaense defende o título em Curitiba, mas também já está de olho no Mundial, do qual é a atual campeã na categoria 60 a 64 anos. Unidas pela maratona, terão pouco tempo para conversar. "Vou tentar bater o recorde mundial nos 10 quilômetros", explica.
Ex-funcionária da Petrobrás, Marisa começou a correr aos 41 anos, como brincadeira, numa corrida rústica. Vinte e dois anos depois, tenta baixar o seu tempo em quatro minutos para ser a melhor do mundo. "Não existe limite", diz.
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