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A saltadora brasileira Fabiana Murer derruba o sarrafo em uma de suas tentativas na competição de ontem. Cubana Yarisley Silva surpreendeu ao ficar com o ouro | Jefferson Bernardes/ Vipcomm
A saltadora brasileira Fabiana Murer derruba o sarrafo em uma de suas tentativas na competição de ontem. Cubana Yarisley Silva surpreendeu ao ficar com o ouro| Foto: Jefferson Bernardes/ Vipcomm

Caribenho mira casa dos 9 s

Está marcada para hoje, às 21h20, a prova mais nobre do atletismo: os 100 metros rasos. Os homens mais rápidos do mundo estão nas Amé­ricas, mas o público só verá no Pan o terceiro mais veloz do ano.

Kim Collins foi bronze no Mun­dial de Daegu, na Coreia do Sul, há dois meses, com o tempo de 10s09. Ontem, o atleta da ilha caribenha São Cristóvão e Nevis começou discreto: 10s37 na primeira bateria.

Na semifinal, em compensação, fez exatos 10 s, melhorando sua me­­­­lhor marca e batendo o recor­­de da competição, que era de 10s06, do jamaicano Leandro Pe­­ñalver, no Pan de Cara­­cas-1983.

Assim, mesmo esvaziado de estrelas, o público em Guada­­lajara espera ver hoje, no recém-inaugurado Estádio Telmex de Atletismo, mais um atleta na seleta lista de quem corre os100 m na casa dos nove segundos.

O jamaicano Usain Bolt, campeão olímpico e recordista mun­­dial, com 9s58, abriu mão do Pan. Seu compatriota, o campeão mundial Yohan Blake (9s92 no Mundial de Daegu), também. O mesmo fizeram o norte-americano Walter Dix, prata no Mundial e bronze na última Olimpíada, e Richard Thompson, de Trinidad e Toba­­go, dono da prata olímpica.

"Isso não tira o brilho da prova. Tanto que as pessoas vieram para nos ver", afirmou o carioca Nilson André, único brasileiro classificado para a final, com 10s23.

O outro brasileiro na disputa, Sandro Viana, não passou da semifinal, com o tempo de 10s49 – onze centésimos mais lento do que fez na primeira eliminatória.

Bruno Lins desistiu da prova pa­­ra dedicar-se à sua especialidade, os 200 m rasos, com a primeira eliminatória às 18 horas de amanhã.

No feminino, a brasileira Ro­­sângela Santos foi a mais rápida, com 11s26, melhorando sua melhor marca, que era de 11s41. Ela disputa a final às 20h40 de hoje. (AB)

A campeã mundial Fabiana Murer chegou a Guadalajara como favorita absoluta à medalha de ouro, que representaria seu bicampeonato nos Jogos Pan-Americanos. Mas falhou.

Ficou com a prata, ao ser de­­sa­­fiada e vencida pela cubana Yarisley Silva, que saltou 4,75 m, elevando em 15 centímetros o recorde em Pans conquistado por Fabiana há quatro anos. A brasileira ficou nos 4,70 m.

Parecia ser o ouro mais certo do segundo dia de disputas do atletismo no Pan. Mas a paulista de 30 anos teve uma adversária que levou a competição a um nível mundial. A cubana de 24 anos não se intimidou com o currículo e a boa fase da brasileira e a encarou de igual para igual.

Fabiana vinha do título mundial, com 4,85 m em Daegu, na Coreia do Sul. Ya­­risley já havia surpreendido ao saltar, na mesma competição, em agosto, 4,70 m.

Ontem, levou a melhor. A cubana começou saltando 4,30 m com perfeição. Murer esperou duas horas em meia para que o sarrafo chegasse aos 4,50 m – bem abaixo da marca que lhe garantiu o ouro inédito no Mundial. Errou as duas primeiras tentativas. Na terceira, com todas as atenções do Estádio Telmex de Atletismo voltadas para ela, passou.

No desafio seguinte – os mesmos 4,60 m que lhe garantiram o ouro e a melhor marca da competição no Pan do Rio-2007 –, também começou com erro, enquanto Yarisley seguia sem falhas. "Ela está em ascensão", alertava o técnico e marido de Fabiana, Elson Miranda, sobre a rival.

A brasileira decidiu arriscar subir mais cinco centímetros. Na segunda chance, acertou e estabeleceu o então novo recorde em Pans. A cubana não se intimidou. Pediu 4,70 m. Fabiana passou e ela também.

Nos 4,75 m, a rival teve êxito de primeira. Fabiana, não. Por duas vezes. Estrategicamente, subiu mais 5 cm, sem sucesso. Fim do sonho do bicampeonato.

Depois de conseguir a primeira medalha de ouro para o Brasil em um Mundial, e sem sua principal concorrente nas Américas na disputa, a própria Fabiana admitia o favoritismo. "Achei que 4,70 m era suficiente. E ela fez o melhor salto da vida dela", lamentou após a competição.

Ela não escondeu a frustração após a derrota. O Pan no México não era a prioridade do segundo semestre – estava mais focada no Mundial. Ainda assim, se mostrava muito determinada em ficar com o topo do pódio.

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