Caribenho mira casa dos 9 s
Está marcada para hoje, às 21h20, a prova mais nobre do atletismo: os 100 metros rasos. Os homens mais rápidos do mundo estão nas Américas, mas o público só verá no Pan o terceiro mais veloz do ano.
Kim Collins foi bronze no Mundial de Daegu, na Coreia do Sul, há dois meses, com o tempo de 10s09. Ontem, o atleta da ilha caribenha São Cristóvão e Nevis começou discreto: 10s37 na primeira bateria.
Na semifinal, em compensação, fez exatos 10 s, melhorando sua melhor marca e batendo o recorde da competição, que era de 10s06, do jamaicano Leandro Peñalver, no Pan de Caracas-1983.
Assim, mesmo esvaziado de estrelas, o público em Guadalajara espera ver hoje, no recém-inaugurado Estádio Telmex de Atletismo, mais um atleta na seleta lista de quem corre os100 m na casa dos nove segundos.
O jamaicano Usain Bolt, campeão olímpico e recordista mundial, com 9s58, abriu mão do Pan. Seu compatriota, o campeão mundial Yohan Blake (9s92 no Mundial de Daegu), também. O mesmo fizeram o norte-americano Walter Dix, prata no Mundial e bronze na última Olimpíada, e Richard Thompson, de Trinidad e Tobago, dono da prata olímpica.
"Isso não tira o brilho da prova. Tanto que as pessoas vieram para nos ver", afirmou o carioca Nilson André, único brasileiro classificado para a final, com 10s23.
O outro brasileiro na disputa, Sandro Viana, não passou da semifinal, com o tempo de 10s49 onze centésimos mais lento do que fez na primeira eliminatória.
Bruno Lins desistiu da prova para dedicar-se à sua especialidade, os 200 m rasos, com a primeira eliminatória às 18 horas de amanhã.
No feminino, a brasileira Rosângela Santos foi a mais rápida, com 11s26, melhorando sua melhor marca, que era de 11s41. Ela disputa a final às 20h40 de hoje. (AB)
A campeã mundial Fabiana Murer chegou a Guadalajara como favorita absoluta à medalha de ouro, que representaria seu bicampeonato nos Jogos Pan-Americanos. Mas falhou.
Ficou com a prata, ao ser desafiada e vencida pela cubana Yarisley Silva, que saltou 4,75 m, elevando em 15 centímetros o recorde em Pans conquistado por Fabiana há quatro anos. A brasileira ficou nos 4,70 m.
Parecia ser o ouro mais certo do segundo dia de disputas do atletismo no Pan. Mas a paulista de 30 anos teve uma adversária que levou a competição a um nível mundial. A cubana de 24 anos não se intimidou com o currículo e a boa fase da brasileira e a encarou de igual para igual.
Fabiana vinha do título mundial, com 4,85 m em Daegu, na Coreia do Sul. Yarisley já havia surpreendido ao saltar, na mesma competição, em agosto, 4,70 m.
Ontem, levou a melhor. A cubana começou saltando 4,30 m com perfeição. Murer esperou duas horas em meia para que o sarrafo chegasse aos 4,50 m bem abaixo da marca que lhe garantiu o ouro inédito no Mundial. Errou as duas primeiras tentativas. Na terceira, com todas as atenções do Estádio Telmex de Atletismo voltadas para ela, passou.
No desafio seguinte os mesmos 4,60 m que lhe garantiram o ouro e a melhor marca da competição no Pan do Rio-2007 , também começou com erro, enquanto Yarisley seguia sem falhas. "Ela está em ascensão", alertava o técnico e marido de Fabiana, Elson Miranda, sobre a rival.
A brasileira decidiu arriscar subir mais cinco centímetros. Na segunda chance, acertou e estabeleceu o então novo recorde em Pans. A cubana não se intimidou. Pediu 4,70 m. Fabiana passou e ela também.
Nos 4,75 m, a rival teve êxito de primeira. Fabiana, não. Por duas vezes. Estrategicamente, subiu mais 5 cm, sem sucesso. Fim do sonho do bicampeonato.
Depois de conseguir a primeira medalha de ouro para o Brasil em um Mundial, e sem sua principal concorrente nas Américas na disputa, a própria Fabiana admitia o favoritismo. "Achei que 4,70 m era suficiente. E ela fez o melhor salto da vida dela", lamentou após a competição.
Ela não escondeu a frustração após a derrota. O Pan no México não era a prioridade do segundo semestre estava mais focada no Mundial. Ainda assim, se mostrava muito determinada em ficar com o topo do pódio.