Evans e Davis fazem o embate principal
Apesar de Chael Sonnen ter conseguido atrair a maior parte dos olhares esta noite no UFC, o duelo principal do evento, entre os americanos Rashad Evans e Phil Davis, promete ser mais empolgante onde realmente deve ser: dentro do octógono.
Evans, 32 anos, ex-companheiro de treinos do campeão dos meio-pesados (até 93 kg) Jon Jones, batalha para conquistar o direito de disputar o cinturão contra o hoje desafeto.
O ainda invicto Davis, por outro lado, mesmo que seja responsável pela segunda derrota da carreira de "Sugar", não ocupa o primeiro lugar da fila de desafiantes o veterano Dan Henderson, que venceu o curitibano Maurício Shogun em novembro, seria o escolhido.
"Se o UFC tem outro nome para disputar o [título], tudo bem, é o que eles têm de fazer. Mas isso não vai me fazer parar o que faço, que é continuar vencendo", acredita Davis, 27, wrestler de primeiro nível nos EUA e com nove triunfos no MMA.
Com um lado falastrão também bastante pungente, Evans, ex-campeão da categoria, adotou a provocação como ataque. "Algumas pessoas lutariam mesmo se não fossem pagas, como eu. Phil não é. É uma mentalidade diferente. E vocês vão descobrir o que isso significa", cutuca Evans, que compete profissionalmente desde 2004, contra apenas três anos de experiência de seu oponente. (FR)
O personagem é falastrão, polêmico, engraçado e provocador. Além de um lutador competente de MMA (artes marciais mistas), o americano Chael Sonnen, 34 anos, carrega deliberadamente os adjetivos acima em sua persona. Um gangster, de West Linn, Oregon, como o próprio se autoproclama.
Ao atuar, desagrada a milhões, encanta a alguns e entretém outros milhares. Na madrugada deste domingo, em Chicago (EUA), Sonnen sobe novamente ao seu principal palco o octógono do Ultimate Fighting Championship (UFC). O peso médio (até 84 kg) enfrenta o inglês Michael Bisping, outro atleta entre os mais odiados. Em jogo, no UFC on Fox 2 a chance de disputar o título da categoria contra o brasileiro Anderson Silva, em junho, em São Paulo.
Inteligente e com formação em sociologia, o americano sabe promover seu show. Em várias oportunidades, no entanto, ultrapassa o limite do bom-senso, principalmente quando fala de maneira pejorativa do Brasil e de seus lutadores. Tudo premeditado. Ele não mede consequências para ter a revanche de agosto de 2010, quando o curitibano finalizou o rival com um triângulo no último round, após quase cinco assaltos em ampla desvantagem.
Depois daquele combate, Sonnen ainda foi pego no exame antidoping, ficou um ano suspenso do UFC e também foi acusado de lavagem de dinheiro pelo governo dos EUA. Nem isso o acalmou. Voltou melhor do que nunca contra o Briann Stann, em outubro de 2011. E continuou a rotina de provocações.
Chegou a afirmar, inclusive, que nunca mais iria lutar contra Anderson Silva. Em outro jogo de cena, desafiou os campeões Jon Jones (até 93 kg) e Georges St. Pierre (até 77 kg).
Por último, apareceu na coletiva de imprensa da última quinta-feira carregando o cinturão de campeão. O modelo, entretanto, não passava de uma cópia vendida como souvenir na internet.
"É meu cinturão, dormi com ele na última noite", garantiu Sonnen, dono de um histórico de grandes resultados no wrestling (luta olímpica).
"Vocês estão olhando para o reflexo da perfeição, aquele que tem toda sua atenção. Estão olhando para o homem com os maiores braços, com o maior charme. O homem que, em Chicago, vai causar muitos danos naquele que está ali ao lado [Bisping]", continuou, rimando como se fosse um rapper.
"É claro que ele é o melhor, é o Muhammad Ali, é o campeão e tudo mais. E eu sou só um cara da Inglaterra tentando lutar. Que chance tenho?", ironizou Bisping, que apesar de ter somente três derrotas na carreira, é cotado como grande azarão para a disputa. Anderson Silva não vai perder esse duelo.
Brasileiros no card
Os paulistas Demian Maia e Charles "Do Bronx" Oliveira são os únicos brasileiros no UFC on Fox. Maia enfrenta o americano Chris Weidman e Oliveira pega o desconhecido Eric Wisely.