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Mano Menezes poderia comemorar ontem uma marca histórica: é o técnico com o melhor começo defensivo pela seleção (apenas dois gols sofridos em nove partidas). O empate sem gols o fez superar o feito de Vicente Feola, em 1958. Mas o atual comandante da equipe nacional não tinha motivo para exaltar a força da zaga. Muito pelo contrário.

Se a equipe mais uma vez mostrou segurança, sabe que não fez mais do que a obrigação contra um adversário de pouca qualidade técnica, o que ele esperava mesmo era ter melhorado o desempenho ofensivo: dez gols em nove jogos.

Especialmente após restabelecer o quarteto ofensivo Ganso, Robinho, Neymar e Pato – utilizado somente em sua estreia pela seleção, a vitória por 2 a 0 sobre os Estados Unidos, há pouco menos de um ano. Mas o jogo não fluiu como pretendia. "O que nos faltou foi força ofensiva. Principalmente no segundo tempo. No primeiro criamos, no segundo, não. Estivemos com a bola, mas não conseguimos ser contundentes", disse Mano.

Primeiro ele se negou a fazer análises individuais, solicitadas após as más apresentações de Ganso e Robinho. Mas em seguida percebeu que seria prudente defender o camisa 10, ainda sem ritmo – Ganso fez a sua segunda partida após se recuperar de lesão muscular, antes havia apenas defendido o Santos na final da Libertadores. "Foi até bem. Em determinados momentos deu aquele toque final que se espera dele, conduziu bem algumas situações", declarou o treinador.

Mas é inegável que o jogador santista contribuiu muito para a lentidão observada por Mano. "O time estava muito lento a partir do meio de campo. Errava passes e fazia o óbvio pelos flancos, com apenas um atacante entre os zagueiros", afirmou, entendendo que faltou mais movimentação ao quarteto, que tem Ganso centralizado, Robinho pela direita, Neymar pela esquerda e Pato na frente.

Ele também reclamou do campo de La Plata. "Atrapalhou muito. Principalmente nas jogadas mais rápidas, de qualidade. Quando um jogador precisava arrancar sempre era possível ver um pedaço de grama levantando", descreveu.

O técnico espera uma partida diferente no sábado, contra o Paraguai, em Córdoba. "É uma seleção que esteve na Copa e fez um bom Mundial. Traz consigo mais responsabilidade. Precisa sair mais, jogar mais. Quando times se enfrentam de forma igual, os espaços aparecem. O Brasil vai correr mais riscos, porque [os paraguaios] têm mais qualidade. Mas terá mais espaço."

Após treinar com a mesma equipe em toda a preparação na Argentina, ele não descarta uma mudança para a segunda partida. "Tenho uma linha e não vou mudar tudo. O que posso fazer é mexer numa coisa", deixou no ar.

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