Mesmo sendo o responsável por trazer o futebol para o Brasil e sendo reconhecido como um craque para sua época, Charles Miller não produziu nenhum descendente capaz de seguir seus caminhos no futebol. A única exceção é o filho Carlos (nome em homenagem ao pai) que não jogou bola, mas sempre esteve envolvido com o esporte.
"Até hoje ele fala ao vivo para algumas rádios da Inglaterra sobre o futebol brasileiro", revela o bisneto Rafael. "Certa vez uma emissora de TV foi entrevistá-lo e pediram para que fizesse embaixadinha. Não deu muito certo", conta, sobre a falta de habilidade do tio.
Fã de futebol e torcedor do Atlético, Rafael não tem nenhum envolvimento profissional com o mundo da bola. Nas horas vagas joga pelada com os amigos, mas em uma posição bem diferente do bisavô, que era atacante atua como zagueiro e volante.
"Gosto muito de futebol, costumo ir ao estádio e jogo amadoristicamente pelo menos uma vez por semana", explica. "Não houve um segundo Charles Miller. Ninguém o puxou", diz a neta Maria Inês.
Desde quando conheceu o futebol, no fim do século 19, Miller sempre foi artilheiro. Chegou a marcar 41 gols em 29 jogos nos tempos de colégio, em Southampton, e se consagrou definitivamente como goleador no primeiro Campeonato Paulista, o de 1902, com 10 gols em nove partidas, pelo São Paulo Athletic o clube que fundou para jogar futebol.
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