Ponta Grossa – Uma noitada com turistas argentinas e paraguaias e interferência da cartolagem no esquema tático e na escalação do time teriam derrubado o técnico invicto do Operário, Carlos Nunes. A equipe estava em Foz do Iguaçu no fim de semana para en-frentar o Auritânia, pela divisão de Acesso do Paranaense. Com o técnico demitido seis horas antes da partida, o time perdeu por 3 a 2. Foi a primeira derrota na competição.

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Turistas paraguaias e argentinas teriam se empolgado com a presença dos jogadores, todos entre 19 e 22 anos, no hotel. "Muitos nunca tinham visto uma estrangeira", reforça Nunes, que falou com os recepcionistas e pediu que qualquer acesso aos quartos fosse negado. "Se o jogador não dorme bem tem os reflexos prejudicados. A bola passa e ele não vê", justifica. A diretoria do time não acompanhou o desenrolar da história porque atravessou a fronteira e estava num cassino.

"Fiz uma função que não é minha, de supervisor, mas estava preocupado com o resultado no dia seguinte e precisei lembrar os jogadores que o foco deveria ser a partida. Parecia uma excursão de final de semana para Foz", lamenta. Jogador carioca, que chegou a atuar em grandes times e no exterior, Nunes mora em Ponta Grossa há 12 anos. Na maioria do tempo foi recepcionista de um motel na cidade e atuou em times de base. Ele nega que esteja denunciando o caso por despeito pela demissão. "Farras acontecem, mas ninguém assume. Só que quando a viagem tem comando, isso não ocorre", assegura.

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A ingerência do deputado estadual Jocelito Canto, que atualmente preside o grupo gestor do clube, teria revoltado Nunes, que aceitou o cargo com a condição de ter autonomia. "Ele é um sonhador, respeito a empolgação dele. Mas nada é planejado", afirma.

Jocelito nega qualquer possibilidade de ter acontecido uma farra no hotel. "A equipe está revoltada. Tem jogadores casados ou com namorada e outros que são evangélicos. Isso compromete a família dos jogadores. Eles são sérios e foram dormir", conta.