A paixão dos americanos pela Nascar é tão grande que, para alguns, não basta apenas ir ao autódromo. É preciso fazer parte da atmosfera e respirar o ar perfumado com gasolina e borracha queimada. Esse desejo se torna realidade durante a semana que antecede a Daytona 500, corrida que abre o calendário e acontece anualmente em Daytona Beach, na Flórida.
Equipados com trailers e ônibus, alguns fanáticos pela categoria passam até dez dias acampados no coração de um dos templos mundiais da velocidade. O miolo da pista, onde fica o circuito misto de Daytona, é completamente tomado por motorhomes. Somente na parte de dentro são 1.662 vagas para os veículos, sem contar a área designada na parte externa da pista.
Por cerca de R$ 5,3 mil é possível estacionar a casa motorizada em um espaço reservado por dez dias, com conexões para água, luz e tevê a cabo. Esse é o setor mais caro. Em outros, também na parte interna mas sem as mesmas conveniências, o período de seis dias sai por R$ 2.220. O autódromo também oferece banheiros equipados com chuveiros para os moradores temporários. Esses pacotes são apenas para duas pessoas. Uma família maior deve pagar a entrada separada para membros maiores de 12 anos.
E esse valor não inclui ingresso para as arquibancadas. Mesmo assim, os espaços para os trailers ficam lotados, e os fãs improvisam plataformas no topo de seus veículos para enxergar a pista. Outros preferem assistir pela tevê ali mesmo, no estacionamento. A vantagem é o som de alta definição, direto da pista.
Quem leva a sua casa para o autódromo fica, também, livre da preocupação com possíveis interrupções ou adiamento da corrida. E no domingo isso se mostrou um bom negócio. A prova da Sprint Cup Series, a divisão principal, foi interrompida por duas vezes, com um total de 2h20 de paralisação. Um buraco surgiu no asfalto entre as curvas 1 e 2 e passou a representar risco aos pilotos. Segundo a administração do autódromo, o problema foi causado pelo volume de chuva nos dias anteriores, combinado com a baixa temperatura do ar e o constante tráfego na pista.
A prova durou cerca de seis horas, mas foi realmente decidida nas últimas milhas. Na Nascar, quando acontece um acidente com menos de três voltas para o final, a corrida é decidida em uma situação chamada "verde-branca-quadriculada". Isso significa que depois que a pista for liberada pela direção de prova, os pilotos recebem a bandeira verde para relargar e, já na próxima passagem, a indicação de uma volta para o fim. Uma das mudanças no regulamento para este ano é que serão feitas até três tentativas de concluir a prova nesse sistema caso hajam acidentes nas voltas finais.
Quem se deu bem com isso foi o piloto Jamie McMurray, do Chevrolet número 1. Ele ganhou um empurrão de Greg Biffle, do carro 16, na última relargada e assumiu a liderança nas duas voltas restantes. Biffle acabou apenas em terceiro, por culpa de uma performance espetacular de um dos favoritos da torcida, Dale Earnhardt Jr. Ele ultrapassou oito oponentes nas últimas cinco milhas da corrida e por pouco não ficou com o troféu.A 52.ª edição da Daytona 500 qubrou o recorde de maior número de líderes na prova (21), com 52 mudanças. McMurray esteve na frente apenas uma vez e só por duas voltas, mas foi o suficiente para receber a bandeirada e começar o ano na frente.
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