Dortmund De mãos dadas, os jogadores de Gana formam um círculo no gramado e rezam. O hábito adotado antes de qualquer treino ou partida na Copa do Mundo deve se repetir hoje, no jogo mais importante da história do país. A fé encoraja os africanos na luta pela (teoricamente) improvável classificação às quartas-de-final diante do Brasil.
O jogo contra os pentacampeões mundiais é tão sensacional para a estreante seleção que o técnico Ratomir Dujkovic fez uma exigência a seus jogadores. "Por favor, não tenham medo e não fiquem em campo vendo seus ídolos jogarem. Tentem pará-los", afirmou o comandante sérvio, incentivador de tudo que possa ajudar a sua equipe, incluindo a religião. "Temos cristãos, ortodoxos e muçulmanos e todos se unem nas orações."
Sétimo a assumir a seleção desde 2002, conseguiu a classificação inédita para o Mundial e o segundo lugar no grupo E graças ao seu estilo Felipão. Antes com inúmeros problemas técnicos e de relacionamento, hoje Gana é uma família.
À véspera do confronto, o pai (como é chamado pelos atletas) admitiu nunca ter sonhado em estar nas oitavas-de-final da Copa falando de um jogo contra o Brasil. "É muito importante para nós. Ganhar seria um sonho", afirmou Dujkovic.
Para ele, enfrentar o Brasil significa, além de um orgulho, entrar para a história do país. "Estamos defendendo não só o nosso país, mas o continente africano", disse.
Ao se classificar, a seleção ganhou o apoio dos vizinhos Togo e Costa do Marfim, eliminados na primeira fase do Mundial. Gana foi a quinta seleção do continente a avançar em Mundiais.
O feito logo na primeira aparição em Copas representou uma odisséia ao país. Infelizmente a euforia nas comemorações pelas vitórias sobre a então badalada República Tcheca e os Estados Unidos acabou em tragédia. Três torcedores morreram atropelados. "Sabemos o quanto isso representa para o nosso país e faremos tudo para deixar os nossos fãs felizes", prometeu o meia Muntari.
Para honrar a oportunidade, o time confia no conjunto. "Em valores individuais o Brasil é insuperável, mas temos um time forte. E depois, mesmo com tantas estrelas, eles não estão tão bem", avaliou Ratomir Dujkovic.
A falta de responsabilidade no jogo é outro fator pró-Gana. Já satisfeita com a oportunidade de estar nas oitavas, a comissão técnica descarta a retranca. "Não podemos ficar apenas na defesa, precisamos sair para o jogo e acho que teremos condições de resistir à pressão brasileira", espera o treinador.
Como tudo é bem-vindo a quem pouco almejava na Alemanha, os africanos agradecem o apoio dos alemães. A seleção foi adotada pela torcida anfitriã nas partidas anteriores e espera contar com o estímulo das arquibancadas novamente hoje.
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