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Marília também denuncia

O Marília, que perdeu seis pontos por ter utilizado um jogador de maneira irregular, fez uma denúncia que pode "melar" a Série B. De acordo com representantes do clube paulista, o Vitória-BA utilizou o jogador Luiz Fernando de maneira irregular e pede que o clube perca 30 pontos. O Paulista, equipe que briga para sair da zona do rebaixamento e seria beneficiado por uma possível perda de pontos, também entrará com uma queixa no Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

Caso o tribunal acate as denúncias e no futuro puna o Vitória, o clube perderia o equivalente ao dobro de pontos que estavam em disputa (três por partida) nos 5 jogos em que utilizou o jogador. Com as mudanças, o Marília seguiria com chances de conquistar o acesso para a Série A – direito adquirido pelo Vitória – e o Paulista escaparia da zona da degola, já que os baianos ficariam com menos pontos que o Ituano, que já está rebaixado.

Após cair da Série A para a Segundona, agora o Santa Cruz teve seu rebaixamento para a Terceirona com uma rodada antes do fim. Mas presidente do clube pernambucano, Édson Nogueira, prometeu expor denúncias graves que mostrariam irregularidades no campeonato. E cumpriu. Nesta segunda-feira, ele entregou um dossiê com 13 páginas ao Ministério Público, no Recife, e também à Federação Pernambucana.

Clique e confira imagens de alguns dos supostos documentos

Na denúncia, Edinho diz que foi extorquido. Segundo o dirigente, pessoas supostamente ligadas a árbitros pediram dinheiro a ele para arrumar resultados a favor do Tricolor. Números de contas bancárias e e-mails foram mostrados. Em uma das mensagens eletrônicas aparece o nome de Paulo Jorge Alves, que seria da Comissão de Arbitragem da CBF. Mas o dinheiro deveria ser depositado no nome de Francisco Gaspar Neto.

- Tem que suspender a Segunda Divisão até se apurar o que houve - esbraveja Carlos Alberto Oliveira, presidente da Federação de Pernambuco, em entrevista à Rádio Jornal de Recife.

Outra medida do departamento jurídico da Federação será entrar com um pedido administrativo junto à Confederação Brasileira de Futebol, solicitando o afastamento preventivo da Comissão de Arbitragem.

- A Federação irá cobrir todas as instâncias possíveis, vai instigar tanto o poder jurídico como o próprio poder administrativo da CBF de modo a pugnar pela lisura da competição. E caso seja apurada fraude ou crime que a mesma seja anulada, já que uma competição que resultou de vício não poderá gerar resultados jurídicos perfeitos. Os resultados terão que ser anulados - analisa Evandro Carvalho, vice-presidente jurídico da Federação.

Édson Nogueira, em tom mais ameno em relação aos dias anteriores, quando disse que o dossiê estremeceria as estruturas do futebol brasileiro, preferiu não acusar ninguém diretamente. Ele revelou que foi orientado pelo MP a fazer um depósito para ter como comprovar a denúncia.

- Entregamos o que temos em mãos ao presidente da federação e ao Ministério Público. Estou dizendo que o Santa Cruz foi extorquido, não estou dizendo que ninguém é ladrão. O nosso pedido é para que apurarem o que aconteceu - reclama Edinho.

Náutico é citado

Um dos trechos do dossiê mostra uma ameaça de uma outra pessoa. Paulo Serafim aconselha Edinho a seguir o que está combinado, e cita o Náutico como possível envolvido no esquema. Serafim pede para que o Santa Cruz não repita o que fez o rival: "O Náutico subiu porque nós subimos eles. Um rapaz chamado Segio (talvez Sérgio) que trabalha no Náutico veio a meu encontro e acertamos tudo (desde 2006), e até agora não pagou nada. Eles não perdem por esperar. Eu envio mensagens e eles nunca retornam. O que é deles está guardado", diz um trecho do e-mail.

CBF vai esperar

A denuncia de corrupção no Campeonato Brasileiro da Série B feita pelo presidente do Santa Cruz, Édson Nogueira, nesta segunda-feira, ainda dará muito que falar. Segundo o documento, um membro da comissão de arbitragem pede dinheiro para ajudar o clube a conquistar resultados positivos na competição. Além disso, o e-mail apresentado cita nomes de outros clubes e de pessoas ligadas à comissão de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol.

Rodrigo Paiva, assessor da CBF, diz reconhecer a denúncia, mas afirma que tudo será feito só depois que a Confederação receber algum documento oficial sobre o assunto. Por enquanto, não vai se pronunciar.

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