Roger Federer chega ao Aberto dos Estados Unidos imerso em um paradoxo: aos 30 anos, diz se sentir "melhor" do que quando tinha 20, mas seus últimos resultados não sustentam a tese. Desde ontem, quando estreou no US Open contra o colombiano Santiago Giraldo (vitória fácil por 3 a 0), ele conheceu a sensação de disputar um Grand Slam como um "trintão" e começa a desafiar o peso da idade com que os maiores tenistas já projetavam o inevitável fim de carreira.
No tênis, a vida útil do atleta em geral é curta. O Aberto dos Estados Unidos será o 171.º Slam disputado desde que os profissionais foram liberados a participar desses torneios a chamada Era Aberta, iniciada em 1968. Apenas 18 foram ganhos por atletas com 30 anos ou mais. Dessas conquistas, 11 ocorreram até 1975, época em que os australianos Rod Laver e Ken Rosewall brilhavam logo após a transição do amadorismo.
As estatísticas tornam o evento de Nova York importantíssimo para ver o que Federer ainda pode fazer no circuito. "Obviamente que ele ficou mais 'ganhável', mas acho que sempre vai ser favorito em Grand Slam. Ele baixou apenas um escalão", analisa Fernando Meligeni, número 25 do mundo em 1999 e que pendurou a raquete em 2002, aos 32 anos.
Entre 2005 e 2006, o suíço venceu 173 de 182 partidas disputadas e colecionou três Grand Slams em cada ano, feito repetido também em 2004. Em 2011, soma 42 vitórias e 11 derrotas e, caso não seja o campeão em Nova York, ficará uma temporada inteira sem vencer Slams pela primeira vez desde 2002.
Em 2008, Federer evitou exatamente essa marca negativa ao calar os críticos e levar o Aberto dos EUA pela quinta e até agora última vez. Depois, voltaria a ser número um, enfim ganharia Roland Garros e chegaria ao 16.º Slam, um recorde absoluto.
"Ele não vem em uma ascensão, mas não diria que não seja candidato. É um cara que conhece tudo e é magrinho, econômico, tem uma técnica espetacular talvez a mais perfeita para estar livre de lesões", afirma Carlos Alberto Kirmayr, sexto melhor duplista do mundo em 1983.
Kirmayr lembra, contudo, que é preciso saber priorizar. Andre Agassi, considerado um exemplo de longevidade, disputou apenas 13 torneios em 2005, sua penúltima temporada, na qual foi vice-campeão em Nova York aos 35 anos. Perdeu a final justamente para Federer, que há algum tempo tem-se acostumado a falar sobre a aposentadoria.
Meio a contragosto, ele tende a repetir nas entrevistas que pretende jogar até suas filhas o poderem ver em quadra e entender isso. As gêmeas Charlene e Myla acabam de completar dois anos. Resta saber se o pai sobreviverá ao teste do tempo.O próximo desafiante do número 3 do mundo será Dudi Sela. O tenista de Israel irá para o confronto motivado por uma grande virada sobre Thomaz Bellucci.
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US Open, às 12 h e 22h15, no SporTV e ESPN.
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