Paris Com esperanças de receber o troféu dos Mosqueteiros das mãos do tricampeão Gustavo Kuerten, Roger Federer e Rafael Nadal revelaram um clima de guerra fria na véspera da final de Roland Garros, hoje, às 10 horas (de Brasília). Ambos empurram o favoritismo para longe e tentam passar a pressão da vitória ao rival.
Será a 12.ª vez que estes dois jogadores se encontram e, certamente, será a mais importante de todas. Afinal, tanto um como o outro têm a possibilidade de fazer história no confronto, sempre muito esperado pelos fãs de tênis.
"Não sou o melhor de todos os tempos, como o Rafa (Rafael Nadal) está falando", esquivou-se Federer ao falar do rival. "Não é o momento agora de se falar em recordes. Ele (Nadal) sim é o melhor no saibro. Recentemente marcou 81 vitórias seguidas na superfície, o que é um tremendo recorde."
Sobre a partida de hoje, o suíço já revelou que espera quebrar uma rotina: a de sempre começar bem contra o adversário mas não manter o ritmo nos sets seguintes.
Nadal, em suas divertidas entrevistas, onde sempre faz muita confusão com o idioma inglês, mostrou esperteza e descontração ao também empurrar o favoritismo para o adversário. "Ele (Federer) ganhou de mim em Hamburgo (inclusive venceu um set por 6/0). Não estou fugindo da pressão, mas os números mostram que Federer é o melhor de todos."
Para os dois jogadores, os números serão importantes em caso de uma conquista. Roger Federer está há 175 semanas como número 1 do mundo, é dono de 10 títulos de Grand Slam e busca o único troféu desse circuito que ainda não possui, o das quadras de saibro de Roland Garros.
Nadal, há 98 semanas como número 2 do mundo no ranking da ATP, tenta colocar seu nome ao lado dos grandes nomes de Roland Garros, como Ivan Lendl, Mats Wilander e o próprio Gustavo Kuerten, jogadores que venceram o torneio parisiense por três vezes.
Nos confrontos em finais contra Federer, o espanhol tem ampla vantagem. Das 11 decisões disputadas desde 2004, ganhou sete, cinco delas em quadras de saibro (Montecarlo em 2006 e 2007, Roland Garros em 2005 e 2006 e Roma em 2006).
Fã e sparring
Roger Federer não sabia que Gustavo Kuerten, para quem perdeu por 6/4, 6/4 e 6/4 em 2004 neste mesmo torneio, viajou a Paris para participar da cerimônia de premiação na final masculina, uma homenagem aos 10 anos da conquista de seu primeiro título no Grand Slam francês. E, coincidência ou não, escolheu um outro brasileiro para treinar ontem: o juvenil Henrique Cunha, um jogador canhoto como Nadal.
O tenista brasileiro fez o seu papel ao bater bola com o número 1 do mundo e depois resolveu também levar um troféu para Jaú, sua cidade natal, no interior de São Paulo. Pediu autógrafo a Federer e posou para uma foto ao seu lado, acompanhado também do técnico Lázaro Machado. Seguramente, um momento de glória na carreira do jovem tenista.
Na TV: Final de Roland Garros, às 10 h, na ESPN.
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