Gary Lineker, famoso atacante inglês dos anos 80 e 90, ficou conhecido por seu instinto matador dentro da área e também por nunca ter levado um cartão amarelo sequer durante toda a carreira. John Lineker, promessa da arte marcial mista (MMA) paranaense, só carrega uma das características de seu quase homônimo. Dentro dos octógonos, ele é tão agressivo quanto o segundo maior artilheiro da história do English Team.
Aos 21 anos de idade, o lutador parnanguara de origem simples desponta para uma carreira promissora. Em três anos de profissionalismo, já são 22 lutas e 17 vitórias os últimos 11 triunfos vieram de maneira consecutiva.
Batizado John Lineker dos Santos de Paula, ele tem contrato para mais cinco lutas com o Jungle Fight, um dos principais torneios nacionais do esporte, e despertou a atenção de sites internacionais especializados. Mas enquanto espera uma chance no Ultimate Fighting Championship (UFC), tem de responder frequentemente a uma indagação óbvia. John Lineker?
"Meu pai assistia a muito futebol, viu esse jogador, Gary Lineker, é decidiu me dar o mesmo nome. Mas daí aconteceu um problema na hora do registro e ele então falou: então muda para John Lineker", conta o lutador peso galo (61 kg) e apenas 1,59 m de altura.
Para Lineker tamanho não é documento. "Gosto de enfrentar caras mais altos", diz, confiante. O cabelo moicano e a barba longa, inspirados no lutador, e agora também ator, Quinton "Rampage" Jackson, ajudam a meter medo nos adversários. Os sete nocautes de seu cartel também. "Não tenho muito esse negócio de estratégia. Gosto de usar meu boxe e soltar a mão", atesta o discípulo do professor Marcelo Ribeiro, da academia Emporium, de Paranaguá.
Empacotador de supermercado e servente de pedreiro durante a adolescência, Lineker conheceu o boxe na escola, local que frequentou até a sexta série. Depois de vencer o campeonato estadual amador da nobre arte aos 16 anos, foi um pulo até se apaixonar pelo MMA.
O nervosismo e o frio na barriga que o acompanham desde a estreia no mundo da luta persistem antes de cada duelo. Sentimento parecido com o que ele sente toda vez que viaja para lutar. "Fico dois dias fora de Paranaguá e não vejo a hora de voltar", fala o marido de Bárbara e pai do pequeno Yurik, de apenas um ano. "Ele me assiste treinar às vezes e também já dá uns socos", brinca.
Quando coloca o pé no ringue ou octógono, Lineker instantaneamente para de suar frio. Uma cena de sua infância é recorrente nesse momento. Aos oito anos, o cavalo que montava tropeçou e caiu em cima dele. "O cavalo morreu e eu fiquei internado por dois meses. Meu crânio rachou e a cicatriz está aí...", conta.
A lembrança o inspira a treinar duro para ficar mais perto de seu sonho. Desde que começou a assistir Wanderlei Silva lutar, um cinturão do UFC é seu objeto de desejo. Lineker é a cara da nova geração MMA paranaense. "Não vamos substituir os caras que fizeram história, mas a nova geração vai dar o que falar".
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