Muita coisa se passou pela cabeça do meia Fernando Gabriel até ele finalmente estrear pelo Paraná, na partida contra o São Caetano, no último dia 9. Entre elas, a de ir embora de Curitiba. No jogo seguinte, contra o ASA, o meia virou titular e marcou o gol da vitória. Agradou tanto nessas duas partidas que o técnico Roberto Cavalo já pensa em mantê-lo no elenco para o ano que vem. Tudo muito diferente de quando chegou, vindo do Mogi Mirim: foram três meses treinando separado, sem sequer ser relacionado.
Estar de lado no grupo sempre incomodou Fernando Gabriel. Mas diante das experiências de vida recentes que teve, o jogador, de apenas 22 anos, sabia que para as coisas melhorarem no lado profissional, bastava continuar trabalhando firme.
Ano passado, ele e a esposa, Hellen, perderam o filho Felipe Gabriel, vítima de uma má formação congênita, com apenas um mês de idade. Logo depois, o jogador, que havia passado pelas categorias de base do Internacional e São Caetano, transferiu-se para o inexpressivo futebol do Tocantins. Pelo Araguaína, foi campeão tocantinense e artilheiro da disputa com 9 gols. Mesmo assim, a maior recompensa que encontrou nesse período foi a companhia da esposa. "Fomos para muito longe, só nós dois. Foi difícil, mas nos fechamos ainda mais e dissemos um para o outro que iríamos vencer juntos. Só nós dois sabemos o que passamos", fala, orgulhoso, o rapaz.
O primeiro resultado dessa união veio antes da reviravolta na vida profissional. Há pouco mais de um mês, Hellen deu à luz a Clara, que passa bem e até já foi com o pai em um treino na Vila Capanema, há três semanas.
"Durante a gravidez, tive muito medo de que tudo se repetisse. Mas assim que a minha filha nasceu eu ganhei ainda mais força para continuar trabalhando. Hoje estou no melhor momento da minha carreira e da minha vida", agradece Fernando Gabriel. Mudança que os companheiros do elenco perceberam.
"Ele está muito feliz, trouxe a filhinha para a gente conhecer. E nós todos também ficamos contentes por ele, que virou um exemplo de que não se pode desistir", comenta o atacante Rodrigo Pimpão.
Do apoio dos colegas, uma conversa em especial marcou Fernando Gabriel nesta retomada. Após um jogo treino entre os reservas do Paraná com os reservas do Atlético no CT do Caju, em outubro, o experiente meia Paulo Miranda, 36 anos, que está treinando no Tricolor para manter a forma, disse ao próprio Fernando Gabriel que ele merecia uma oportunidade.
"Fico orgulhoso que ele ouviu meu conselho de que tinha de ter paciência. É um bom menino e eu fiz com ele o que jogadores experientes com quem joguei, como o Saulo e o Adoílson, fizeram quando eu estava começando", afirma Miranda, que considera o futebol de Fernando Gabriel parecido com o de outro ídolo tricolor: o pentacampeão Ricardinho. "Ele é leve, tem um jogo cadenciado, igual ao do Ricardinho. Até na queixada ele é parecido", brinca.
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