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Suzuka, Japão (Folhapress) – Suzuka, GP do Japão de 2000. O autódromo japonês fervia. Olhares de admiração miravam a Ferrari, num dos mais gloriosos dias de sua história. Naquele 8 de outubro, Michael Schumacher vencia o Mundial de F-1, o terceiro de sua carreira, encerrando um jejum de 21 anos do mais tradicional time do automobilismo.

A partir de então, a escuderia italiana mergulhou numa fase de conquistas, numa hegemonia arrasadora, entediante, inédita na história da categoria. Até agora.

Porque não bastasse o inferno que enfrenta nesta temporada, a Ferrari pode voltar a viver na madrugada de amanhã um dia emblemático, marcante. Mas pela melancolia. Na mesma Suzuka, o ciclo iniciado há redondos cinco anos deve receber a pá de cal.

Renault e McLaren largam no GP do Japão para derrubar o que resta à equipe de Schumacher e Rubens Barrichello: seu maior reinado em um circuito. Em nenhuma outra pista do campeonato a Ferrari foi tão vitoriosa, nos últimos anos, como em Suzuka.

Os ferraristas sustentam séries de sete poles e cinco vitórias no autódromo japonês. A primeira seqüência seria colocada em jogo na madrugada de hoje, no treino que definiria o grid de largada. A outra, provavelmente seu derradeiro orgulho, a partir das 2h30 de amanhã (de Brasília), com previsão de chuva e ventos fortes.

Contrastando com o cenário de 2000, o clima em 2005 é de pessimismo. "Perdemos o nosso perfeccionismo, a nossa velocidade e ainda não sabemos os porquês. Para mim parece óbvio que não lutaremos pela vitória aqui", disse o heptacampeão mundial.

Barrichello segue a mesma linha do companheiro. E torce por chuva forte. "É a mesma coisa de sempre. Nosso pneu não é muito bom para chuva fraca. Se for para cair água, que caia muita", disse o brasileiro, que faz sua penúltima corrida pela equipe italiana – no ano que vem, vai para a BAR, que pode se chamar Honda.

Pelo menos a Ferrari teve um consolo ontem. Pela quarta vez no ano, Kimi Raikkonen, vice-campeão mundial, teve um motor estourado. Assim, ele perderia dez postos no grid. Mais importante, porém, a quebra é outro golpe na relação entre o finlandês e a McLaren.

"É claro que estou decepcionado com outro problema de motor, mas nosso balanço está ok", limitou-se a dizer o finlandês.

A quebra dificulta ainda mais a conquista por antecipação do Mundial de Construtores pela sua equipe. Para fechar a disputa, o time inglês precisa obrigatoriamente vencer a prova, colocar outro piloto no pódio e torcer para a Renault fracassar. Uma dobradinha dá o título à McLaren contanto que Fernando Alonso e Giancarlo Fisichella marquem, juntos, só dois pontos.

* GP do Japão de F-1, às 2h30 (de amanhã), na Globo/ RPC.

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