Berlim Corte de cabelo, tapas na taça, cigarrilha e cerveja. Teve de tudo na festa dos jogadores italianos pelo tetracampeonato mundial.
O primeiro a comemorar de forma inusitada foi o meia Camoranesi, nascido na Argentina e naturalizado italiano em 2001. Logo após o fim do jogo, ele colocou uma cadeira na marca do pênalti da área onde foi decidido o Mundial. Cercado por seus colegas, que cantavam e batiam palma, o jogador teve uma parte de seu comprido cabelo cortado em claro sinal de que havia feito uma promessa para dar a volta olímpico.
No pódio, à espera da taça enquanto os jogadores recebiam as medalhas de ouro das mãos de Franz Beckenbauer, presidente do Comitê Organizador do torneio, o mais empolgado (e sem noção) era o zagueiro Materazzi. Principal personagem da partida, com participação nos dois gols do tempo normal e na expulsão de Zidane, ele deu tapas na taça, ameaçou escondê-la debaixo da camisa e, por fim, a vestiu com um chapéu nas cores da Itália. Quase derrubou a relíquia, que era beijada e acariciada por seus companheiros.
A festa, porém, só foi completa quando Cannavaro ergueu a taça. Repetindo o gesto de Cafu em 2002, ele subiu na mesa onde estava o troféu, beijou a relíquia e a levantou, debaixo de uma chuva de papel picado.
Alheio à festa dos jogadores, o técnico Marcello Luppi fumava, discretamente, uma cigarrilha no meio do campo. A cena retratou a discrição do treinador, primeiro profissional a ter o título mundial de clubes (Juventus, em 96) e seleções no currículo.
"Esta é maior alegria que alguém pode ter no futebol. Ganhei a Copa dos Campeões, fui campeão mundial com a Juventus, venci várias vezes o Campeonato Italiano. Mas nada se compara ao que estou sentindo neste momento", afirmou ele, que evitou falar sobre seu futuro. "Não é o momento de falar sobre isso. Agora é hora de festejar."
Se não sabe se poderá contar com Lippi, a torcida italiana tem certeza de que não verá mais Francesco Totti a serviço da Azzurra. O meia, que completa 30 anos em setembro, confirmou ontem sua aposentadoria da seleção.
"Foi o máximo na minha carreira. Saio como campeão do mundo para me dedicar à Roma e à minha família. Sempre estiveram comigo, agora quero estar com eles", disse o meia, enquanto o lateral-esquerdo reserva Oddo deixava o vestiário com uma lata de cerveja na mão. Sinal de que a festa só estava começando.
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