Paris - O Conselho Mundial da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) não se limitará a julgar a McLaren, hoje, em Paris. O presidente da entidade, Max Mosley, deve aproveitar o encontro para homologar a limitação orçamentária das equipes da Fórmula 1, estabelecida por ele em 33 milhões de euros por temporada, já a partir do ano que vem. Como as escuderias são contrárias à medida, haverá protestos de sua associação, a Fota.
Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari e da Fota, afirmou no último domingo, no Bahrein, que a paciência da associação das equipes com a postura de Mosley é grande, "mas não é infinita". A entidade pediu um tempo maior para responder ao presidente da FIA qual a sua proposta de limite orçamentário.
"O pior é que Max deseja implantar um campeonato com regras diferentes para as equipes, o que é um absurdo e claramente não aceitaremos", afirmou Flavio Briatore, da Renault. Para o presidente da FIA, quem aceitar o limite orçamentário poderá correr com mais giros no motor, realizar avanços aerodinâmicos ao longo do ano e não terá restrições de treinos.
Pouca gente na Fórmula 1 acredita que a McLaren receberá uma pena severa demais por seu piloto, o inglês Lewis Hamilton, e o seu ex-diretor esportivo, Dave Ryan, terem mentido aos comissários do GP da Austrália, realizado no dia 29 de março, na abertura do campeonato. De qualquer maneira, o julgamento deve trazer alguma consequência para a equipe.
No domingo, no paddock do circuito de Sakhir, onde aconteceu o GP do Bahrein, falava-se que a McLaren pode ser suspensa por uma etapa do calendário. Assim, Hamilton e seu companheiro de equipe, o finlandês Heikki Kovalainen, não disputariam o GP da Espanha, no dia 10 de maio, em Barcelona. Acredita-se também na aplicação de uma multa, bem abaixo dos US$ 100 milhões que pagou em 2007 por espionar a Ferrari.
Antes de embarcar para Barcelona ontem, onde acompanharia Barcelona x Chelsea, pela Liga dos Campeões, Bernie Ecclestone, o promotor da Fórmula 1, comentou sobre o que deve ocorrer no julgamento. "Se houver alguma punição tenho certeza de que será justa e a Mercedes a apoiará", afirmou o dirigente, certo de que a montadora, sócia majoritária da McLaren, não irá abandonar a categoria. "Eles (membros do conselho da FIA) vão ser muito justos."
Ao falar com a imprensa espanhola, Ecclestone não quis comentar sobre a ameaça de cancelamento do GP da Espanha por causa da gripe suína, que já atingiu o continente europeu. As vendas de ingressos para a prova no Circuito da Catalunha estão abaixo do esperado por enquanto, foram comercializados apenas 60 mil ingressos, diante de 123 mil no ano passado. A fase de poucos resultados do ídolo nacional, o piloto espanhol Fernando Alonso, da Renault, contribui para o pouco interesse do público pelo GP da Espanha.
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