Apagão e fiasco marcaram o que seria a decisão do Superclássico das Américas entre Brasil e Argentina nessa quarta-feira (3), em Resistencia. Política, a decisão da presidente Cristina Kirchner em levar a final do torneio para a cidade que fica 1.000 km da capital Buenos Aires foi duramente criticada após a confirmação de que não haveria luz suficiente no Estádio Centenário para a realização do duelo a praça de esportes tem capacidade para 25 mil torcedores e é utilizada apenas pelo modesto Sarmiento, equipe da Quarta Divisão.
"Tudo o que envolve política costuma dar esses problemas. É uma falta de respeito com o público que está no estádio", comentou o diretor de seleções da CBF, Andrés Sanchez, descartando a possibilidade de uma nova partida para definir o campeão do torneio.
De acordo com Sanchez, ainda que o regulamento não preveja situações como essa, a taça deve ficar com a seleção brasileira, que venceu o primeiro duelo em Goiânia, por 2 a 1, no último dia 19. A decisão final, porém, só será tomada em reunião das duas entidades com a Conmebol na próxima semana.
A partida foi cancelada por volta das 23h10, pouco mais de uma hora do horário previsto para o jogo, depois de um acordo entre dirigentes da CBF e Associação de Futebol Argentino (AFA). Pouco antes, o árbitro chileno Enrique Ossés conversou com os goleiros das duas equipes, Ustari e Jefferson, para saber se haveria possibilidades de a bola rolar mesmo com a iluminação precária.
O técnico Mano Menezes não escondeu a frustração em não disputar a final contra o maior rival brasileiro. "É claro que a gente queria jogar. Era a nossa chance de jogar contra um adversário de peso", avaliou o treinador, que na próxima semana volta a comandar a seleção em amistoso contra o Iraque, na Suécia. "É a primeira vez que acontece isso comigo. A gente estava preparado para o jogo e fica meio chateado", destacou o Jefferson.
Ao todo, o estádio sofreu com três apagões antes da partida. Segundo a imprensa argentina, o blecaute foi causado depois que um ônibus da seleção brasileira bateu contra um cabo do gerador na entrada do estádio.
As arquibancadas, que já não estavam completamente lotadas, começaram a ficar vazias depois que a torcida foi avisada pela imprensa sobre o cancelamento. Algumas vaias foram ouvidas, mas nenhum tumulto foi registrado, apesar da revolta.