Zurique Depois da experiência desastrosa de ter o Brasil como candidato único para a Copa de 2014, a Fifa decidiu acabar com o sistema de rodízio entre os continentes a partir de 2018. Todos os continentes poderão apresentar candidatos para ser sede do maior evento esportivo do mundo e evitar que um só país faça campanha.
"O que ocorreu com o Brasil não pode mais se repetir", afirmou o alemão Franz Beckenbauer, chefe do comitê organizador do Mundial de 2006 e membro do Comitê Executivo da Fifa. "A candidatura brasileira é a prova de que nosso sistema fracassou em provocar uma concorrência para organizar a Copa. Sempre que há uma competição, a qualidade do Mundial é elevada", declarou Chuck Blazer, secretário-geral da Concacaf, que rege o futebol nas Américas Central e do Norte.
"Garantimos uma Copa na África e outra na América do Sul. Agora vamos abrir o mercado", concluiu o presidente da Fifa, Joseph Blatter.
Para 2018, tudo indica que a concorrência será a maior já vista. China, Estados Unidos, Inglaterra, Bélgica e Holanda (em candidatura conjunta), Rússia e Austrália já se mostraram interesse em realizar o evento. "Isso é muito bom. Nem estamos jogando a Copa de 2010 e já temos tantos concorrentes para 2018" festejou Blatter. "Acho que a decisão de abrir a Copa foi sábia."
A idéia é de que o sistema seja equivalente ao da Olimpíada, que não limita a candidatura a um continente. Mas Blatter rejeita ser comparado ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e ao fato de que países em desenvolvimento dificilmente conseguem concorrer com os países ricos. Para Blatter, os países menores terão a oportunidade de sediar outros eventos, como Mundiais sub-20. "Países pequenos teriam dificuldade em apresentar as garantias que precisamos para a Copa do Mundo", disse.
A Fifa não esconde que ficou descontente com o acerto político feito na América do Sul que garantiu que o Brasil se apresentasse como único candidato. "Sabemos que o Reino Unido pode realizar uma Copa amanhã se quiser", disse Beckenbauer.
A Fifa estipulou ainda que os últimos dois continentes que organizaram o Mundial não possam se apresentar. Na prática, isso significa que a América do Sul apenas poderá nova candidatura para o Mundial de 2026.
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