Marta descarta favoritismo
Dona da maior coleção da Bola de Ouro, a atacante Marta não está muito confiante em mais uma taça hoje. A brasileira, de 25 anos, aponta o fracasso da seleção no Mundial da Alemanha, em julho, como um possível empecilho para a conquista do hexa como a melhor jogadora do mundo. O Brasil começou bem na primeira fase da competição, mas se despediu diante dos Estados Unidos ainda nas quartas de final.
"Eu não sei qual o critério que usam, porque tiveram anos que eu nem joguei pela seleção e fui eleita a melhor jogadora. Mas 2011 foi ano de Copa do Mundo e a gente sabe o quanto isso é importante", disse a recordista em prêmios no anúncio das finalistas em dezembro. Além das cinco premiações, Marta foi terceira em 2004 e segunda em 2005.
Na cerimônia de hoje na Suíça, Marta concorre com a meia japonesa Homare Sawa, campeã e artilheira do Mundial, e a atacante americana Abby Wambach, vice-campeã na Alemanha.
Segundo o maior nome do futebol feminino do Brasil, suas concorrentes fizeram um grande Mundial. "Eu já estou feliz por estar entre as três, ir à festa que é maravilhosa, prestigiar as outras atletas... É o oitavo ano que sou indicada e isso já me deixa muito satisfeita."
Marta esperava dividir o palco na premiação com o brasileiro Neymar. O jogador do Santos chegou a figurar na lista dos 23 melhores, mas não passou no corte derradeiro para ficar entre os três finalistas. Ele, porém, ainda pode ser premiado em Zurique, pois disputa o prêmio de gol mais bonito da temporada com Rooney e Messi ele de novo.
Tão comum quanto os gols, títulos e as plásticas jogadas, também faz parte da carreira de Lionel Messi a conquista de prêmios por atacado. Ele é novamente uma barbada para alcançar hoje uma série rara de reconhecimento internacional: ganhar a Bola de Ouro por três anos consecutivos. Algo inédito na era globalizada do prêmio.
Lançada em 1956, a Ballon dOr da revista francesa France Football foi derrubando fronteiras e nesta segunda-feira poderá ter pela primeira vez um tricampeão de fora do continente.
Entre 1956 e 1994, o troféu era destinado apenas a jogadores europeus que atuassem na Europa. A partir de 1995, a distinção foi ampliada a todos que jogassem no continente. De 2007 para cá, o prêmio passou a ter amplitude irrestrita. Em 2010, a condecoração uniu-se à escolha do melhor do mundo da Fifa, criando a Bola de Ouro da entidade.
Antes do craque argentino, ícone do Barcelona e ídolo mundial, apenas Michel Platini alcançou o posto de melhor do mundo três vezes seguidas. De forma alternada, os holandeses Johan Cruyff e Van Basten também chegaram ao topo três vezes, segundo a publicação. Pela escolha paralela da Fifa (entre 1991 e 2009), o seleto grupo de "melhor do ano" ainda tem outros dois tricampeões: Zidane e Ronaldo (ver tabela).
Incluindo as outras duas oportunidades nas quais figurou entre os finalistas terceiro colocado em 2008 e segundo em 2009 Messi é o mais votado nos 56 anos do Bola de Ouro. Na edição 2010, ele já fez história desbancando dois campeões do mundo (Xavi e Iniesta). Até então, a façanha de conquistar uma Copa do Mundo sempre havia turbinado os votos dos candidatos.
Agora, dificilmente a regularidade do português Cristiano Ronaldo e a qualidade de Xavi Hernández seu companheiro no Barça vão suplantar o talento individual na melhor temporada do argentino: venceu o Mundial de Clubes, a Liga dos Campeões, a Supercopa Europeia, o Campeonato Espanhol e a Supercopa da Espanha.
"Não ignoro o prestígio do prêmio. Seria um prazer total. É um orgulho infinito ver que o meu nome estará, talvez um dia, no mesmo patamar de um jogador tão ilustre quanto Michel Platini e saber que, pelos anos que ainda tenho para jogar, poderei ter a chance de superá-lo", definiu Lionel Messi, ao site da Fifa, com uma modéstia de berço e moldado para ser um fenômeno da bola.
"É igual quem é bonito. Quando se é jovem, com 13, 14 anos, você sabe disso. No caso do Messi, acredito que ele tinha a consciência de ser um talento diferente e todos percebiam que não se tratava de um jogador comum", conta Sylvinho, ex-companheiro do Pulga no Barcelona e hoje auxiliar técnico do Cruzeiro.
O ex-lateral acompanhou a ascenção do jogador ao time profissional catalão e acabou fazendo uma grande amizade com o argentino. "Ele era um menino muito simples, supereducado, tímido, reservado e se aproximou do nosso grupo, que tinha outros brasileiros: Belleti, Edmílson, Ronaldinho e Deco", relembra.
"Alguns dos jogadores saíram do clube antes e eu tive o privilégio de conviver com ele por cinco anos, quando começou a assumir todo o protagonismo de ser um jogador chave no Barcelona", cita.
O brasileiro prevê um reinado ainda longo para um Messi exuberante em campo e discreto fora dele. "Diferentemente de alguns outros atletas, apesar dessa fase espetacular eu o vejo com uma fome, um desejo ainda de continuar batendo recordes e conquistando títulos individuais e coletivos". Sylvinho ainda ressalta o estilo de vida particular do argentino, bem diferente ao de outros boleiros. "Não usa brinco, corrente, se cuida. Isso é dele. Porque não adianta ninguém querer cuidar de você", comenta.
Este ano Lionel Messi já arrebatou o prêmio do atleta do ano pelo jornal francês Lequipe, superando o tenista sérvio Novak Djokovic e o piloto alemão Sebastian Vettel. Ele também ganhou o título de melhor jogador do Mundial de Clubes após o baile dado no Santos na final.
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