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Sem inspiração do astro, Barcelona só empata- Na véspera da Bola de Ouro da Fifa, na qual é favorito ao título de melhor do mundo em 2011, o argentino Lionel Messi (foto) deixou a desejar no Campeonato Espanhol. Com o astro em noite pouco inspirada, o Barcelona não conseguiu vencer o Espanyol no clássico catalão. Fábregas colocou o time visitante à frente no placar – aos 15 do primeiro tempo, de cabeça. O passe foi do lateral Daniel Alves, mais uma vítima do racismo das arquibancadas. A torcida imitava sons de macaco cada vez que ele pegava na bola. Álvaro Vásquez selou a igualdade aos 40 da etapa final. O Barcelona é o vice-líder, com 38 pontos, cinco atrás do Real Madrid | Albert Gea/ Reuters
Sem inspiração do astro, Barcelona só empata- Na véspera da Bola de Ouro da Fifa, na qual é favorito ao título de melhor do mundo em 2011, o argentino Lionel Messi (foto) deixou a desejar no Campeonato Espanhol. Com o astro em noite pouco inspirada, o Barcelona não conseguiu vencer o Espanyol no clássico catalão. Fábregas colocou o time visitante à frente no placar – aos 15 do primeiro tempo, de cabeça. O passe foi do lateral Daniel Alves, mais uma vítima do racismo das arquibancadas. A torcida imitava sons de macaco cada vez que ele pegava na bola. Álvaro Vásquez selou a igualdade aos 40 da etapa final. O Barcelona é o vice-líder, com 38 pontos, cinco atrás do Real Madrid| Foto: Albert Gea/ Reuters

Marta descarta favoritismo

Dona da maior coleção da Bola de Ouro, a atacante Marta não es­­tá muito confiante em mais uma taça hoje. A brasileira, de 25 anos, aponta o fracasso da seleção no Mundial da Alemanha, em julho, como um possível empecilho pa­­ra a conquista do hexa como a melhor jogadora do mundo. O Brasil começou bem na primeira fase da competição, mas se despediu diante dos Estados Unidos ainda nas quartas de final.

"Eu não sei qual o critério que usam, porque tiveram anos que eu nem joguei pela seleção e fui eleita a melhor jogadora. Mas 2011 foi ano de Copa do Mun­­do e a gente sabe o quanto isso é importante", disse a recordista em prêmios no anúncio das finalistas em dezembro. Além das cinco premiações, Mar­­ta foi terceira em 2004 e se­­gunda em 2005.

Na cerimônia de hoje na Suíça, Marta concorre com a meia japonesa Homare Sawa, campeã e ar­­tilheira do Mundial, e a atacante americana Abby Wambach, vice-campeã na Alemanha.

Segundo o maior nome do fu­­tebol feminino do Brasil, suas con­­correntes fizeram um grande Mundial. "Eu já estou feliz por estar entre as três, ir à festa que é maravilhosa, prestigiar as outras atletas... É o oitavo ano que sou indicada e isso já me deixa muito satisfeita."

Marta esperava dividir o palco na premiação com o brasileiro Ney­­mar. O jogador do Santos chegou a figurar na lista dos 23 me­­lhores, mas não passou no corte derradeiro para ficar entre os três finalistas. Ele, porém, ainda pode ser premiado em Zurique, pois disputa o prêmio de gol mais bo­­nito da temporada com Rooney e Messi – ele de novo.

Tão comum quanto os gols, títulos e as plásticas jogadas, também faz parte da carreira de Lionel Messi a conquista de prêmios por atacado. Ele é – novamente – uma barbada para alcançar hoje uma série rara de reconhecimento internacional: ganhar a Bola de Ouro por três anos consecutivos. Algo inédito na era globalizada do prêmio.

Lançada em 1956, a Ballon d’Or da revista francesa France Football foi derrubando fronteiras e nesta se­­gunda-feira poderá ter pela primeira vez um tricampeão de fora do continente.

Entre 1956 e 1994, o troféu era destinado apenas a jogadores europeus que atuassem na Europa. A partir de 1995, a distinção foi ampliada a todos que jogassem no continente. De 2007 para cá, o prêmio passou a ter amplitude irrestrita. Em 2010, a condecoração uniu-se à escolha do melhor do mundo da Fifa, criando a Bola de Ouro da entidade.

Antes do craque argentino, ícone do Barcelona e ídolo mundial, apenas Michel Platini alcançou o posto de melhor do mundo três vezes se­­guidas. De forma alternada, os ho­­landeses Johan Cruyff e Van Basten também chegaram ao topo três vezes, segundo a publicação. Pela escolha paralela da Fifa (entre 1991 e 2009), o seleto grupo de "melhor do ano" ainda tem outros dois tricampeões: Zidane e Ronaldo (ver tabela).

Incluindo as outras duas oportunidades nas quais figurou entre os finalistas – terceiro colocado em 2008 e segundo em 2009 – Messi é o mais votado nos 56 anos do Bola de Ouro. Na edição 2010, ele já fez história desbancando dois campeões do mundo (Xavi e Iniesta). Até então, a façanha de conquistar uma Copa do Mundo sempre havia turbinado os votos dos candidatos.

Agora, dificilmente a regularidade do português Cristiano Ronaldo e a qualidade de Xavi Hernández – seu companheiro no Barça – vão suplantar o talento individual na melhor temporada do argentino: venceu o Mundial de Clubes, a Liga dos Campeões, a Supercopa Eu­­ro­­peia, o Campeonato Espanhol e a Su­­per­­copa da Espanha.

"Não ignoro o prestígio do prêmio. Seria um prazer total. É um or­­gulho infinito ver que o meu nome estará, talvez um dia, no mesmo patamar de um jogador tão ilustre quanto Michel Platini e saber que, pelos anos que ainda tenho para jogar, poderei ter a chance de superá-lo", definiu Lionel Messi, ao site da Fifa, com uma modéstia de berço e moldado para ser um fenômeno da bola.

"É igual quem é bonito. Quando se é jovem, com 13, 14 anos, você sabe disso. No caso do Messi, acredito que ele tinha a consciência de ser um talento diferente e todos percebiam que não se tratava de um jogador co­­mum", conta Sylvinho, ex-companheiro do Pulga no Barcelona e hoje auxiliar técnico do Cruzeiro.

O ex-lateral acompanhou a as­­cenção do jogador ao time profissional catalão e acabou fazendo uma grande amizade com o argentino. "Ele era um menino muito simples, supereducado, tímido, reservado e se aproximou do nosso grupo, que tinha outros brasileiros: Belleti, Ed­­mílson, Ronaldinho e Deco", relembra.

"Alguns dos jogadores saíram do clube antes e eu tive o privilégio de conviver com ele por cinco anos, quando começou a assumir todo o protagonismo de ser um jogador chave no Barcelona", cita.

O brasileiro prevê um reinado ainda longo para um Messi exuberante em campo e discreto fora dele. "Diferentemente de alguns outros atletas, apesar dessa fase espetacular eu o vejo com uma fome, um desejo ainda de continuar batendo recordes e conquistando títulos indivi­duais e coletivos". Sylvinho ainda ressalta o estilo de vida particular do argentino, bem diferente ao de ou­­tros boleiros. "Não usa brinco, corrente, se cuida. Isso é dele. Porque não adianta ninguém querer cuidar de você", comenta.

Este ano Lionel Messi já arrebatou o prêmio do atleta do ano pelo jornal francês L’equipe, superando o tenista sérvio Novak Djokovic e o piloto alemão Sebastian Vettel. Ele também ganhou o título de melhor jogador do Mundial de Clubes após o baile dado no Santos na final.

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