A abertura da Copa do Mundo de 2014, prevista para o Itaquerão, está a um passo de ser realizada no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Seria assim a terceira derrota de São Paulo nos últimos meses, relacionada ao evento: já perdeu o Morumbi e a Copa das Confederações (evento-teste para o Mundial).
Uma alta fonte do governo federal revelou ao Estado que a situação da cidade é crítica no que diz respeito à pretensão de abrigar o jogo inaugural do Mundial de 2014. A Fifa, por sua vez não se conforma com os sucessivos adiamentos do início das obras no futuro estádio do Corinthians e já fez chegar ao governo do Estado que não vai tolerar novos atrasos no Itaquerão.
Primeiro, as obras na arena corintiana começariam em janeiro. Depois, o prazo pulou para março, duas datas diferentes em abril maio, e, agora, a última promessa é de que sejam iniciadas em junho.
O governo do Distrito Federal já recebeu indicações de que o Estádio Mané Garrincha passou a ser, nas últimas semanas, o alvo preferido da Fifa para abrir a Copa do Mundo. Em Brasília há um clima quase que de euforia com a possibilidade cada vez mais clara de a cidade ter papel-chave no Mundial.
No entanto, a ordem do governador Agnelo Queiróz (PT-DF) é a de que o comitê local trabalhe em silêncio, com discrição. As obras no Mané Garrincha estão em fase adiantada, em ritmo acelerado. A arena vai custar R$ 671 milhões, com capacidade para 70 mil torcedores.
Com uma eventual exclusão para a abertura da Copa, o estádio do Corinthians passaria então a ser candidato apenas para os jogos das fases classificatórias. Essa hipótese já foi levantada mais de uma vez pelo próprio presidente do clube do Parque São Jorge, Andrés Sanchez.
Embora ninguém revele publicamente, dirigentes da Fifa estão descrentes e já perderam a paciência com os agentes que comandam a sede paulista do Mundial. Em parte, a entidade atribui tanta dor de cabeça com a cidade-sede a uma certa desconfiança de que estaria havendo má vontade política das esferas de governo de São Paulo com o evento de 2014.
Para a Fifa, a abertura do Mundial em Brasília atenderia a vários quesitos que considera indispensáveis para a grandiosidade da festa. A cidade abriga o corpo diplomático de dezenas de países, dispõe de moderno centro de convenções, tem uma estrutura de segurança facilitada e o estádio é localizado bem próximo à região hoteleira.
Esses dados já foram ressaltados pelo ministro do Esporte, Orlando Silva, que, nos bastidores, decidiu apoiar com mais ênfase a abertura do Mundial em Brasília principalmente por causa do imbróglio em São Paulo.
A ideia inicial do Comitê Organizador Local (COL) da Copa, sempre reiterada por seus dirigentes, era que São Paulo fosse contemplada com a abertura do evento. Em abril, já como reação ao impasse das obras no Itaquerão, a Fifa negou que houvesse definido o local de abertura da Copa no Brasil. Dava pistas de que São Paulo poderia sofrer novo revés.
Belo Horizonte, Salvador e Brasília, as outras cidades interessadas no jogo inaugural, voltaram a ter mais chances. Mas a preferência efetiva da Fifa é pelo Distrito Federal. Procurado pelo Estado, o COL não quis se pronunciar sobre o assunto.
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