Zurique – Diante da pressão dos países sul-americanos, a Fifa recuou e mudou ontem a determinação anunciada no mês passado sobre os jogos de futebol na altitude. O limite máximo dos locais permitidos subiu de 2,5 mil metros para 3 mil metros acima do nível do mar. Além disso, a entidade explicou que a medida vale apenas para as Eliminatórias da Copa do Mundo – e não para todas as partidas internacionais, como tinha sido decidido anteriormente.

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A proibição de jogos na altitude, anunciada em 27 de maio, causou revolta em países como Bolívia, Colômbia, Equador e Peru, que conseguiram o apoio oficial da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol). Por isso, a Fifa resolveu fazer uma reunião de seu Comitê Executivo na Suíça para ouvir essas reclamações.

Mas as mudanças na regra ainda desagradam dois países, Bolívia e Peru. Afinal, eles não poderão utilizar duas cidades importantes para receber jogos das Eliminatórias: a capital boliviana La Paz (3,5 mil metros) e a peruana Cuzco (3,3 mil metros).

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Por outro lado, a nova determinação da Fifa liberou duas outras cidades importantes do futebol sul-americano: a colombiana Bogotá (2,6 mil metros) e a equatoriana Quito (2,8 mil metros).

A justificativa da Fifa para proibir jogos na altitude é "preservar a saúde dos atletas". "A Fifa tem a responsabilidade de proteger os jogadores da melhor maneira possível", afirmou o presidente da entidade, Joseph Blatter, que disse não ter sido uma decisão individual, mas de todo o Comitê Executivo.

De qualquer maneira, Blatter deixou aberta a possibilidade de novas mudanças na regra, ao anunciar que todos os aspectos relacionados à saúde dos jogadores serão analisados num congresso organizado pela Fifa em outubro, na Suíça. Na oportunidade, segundo ele, além da altitude, serão avaliadas questões como calor, frio e umidade.

Blatter sabe que continuará sendo pressionado para banir de vez essa proibição de jogos na altitude. Hoje, por exemplo, ele terá uma audiência com o presidente da Bolívia, Evo Morales, que vai à Suíça justamente para protestar contra a decisão da Fifa. "Vou recebê-lo e lhe dizer o mesmo que estou dizendo agora. Queremos proteger os jogadores", revelou Blatter.