O filho mais velho do presidente da AFA (Associação de Futebol da Argentina) e vice da Fifa, Julio Grondona, admitiu ter revendido ingressos da Copa do Mundo.Uma entrada com o nome de Humberto Mario Grondona, que também é técnico da seleção argentina sub-20, está entre os mais de cem bilhetes apreendidos na "Operação Jules Rimet".
Na terça-feira (1º), a polícia do Rio prendeu 11 pessoas envolvidas com um esquema de cambismo de entradas do Mundial que lucrou, pelo menos, R$ 1 milhão por jogo.
"Sou instrutor da Fifa e tenho quatro entradas para o primeiro jogo, quatro para o segundo, quatro para o terceiro, quatro para as oitavas, quatro para as quartas, duas para as semifinais e duas para a final e comprei todas por mais de US$ 9 mil", disse o filho do dirigente, em entrevista à rede de TV TycSports.
"Tenho um amigo, que é muito conhecido na Argentina, que queria vir e vendi a ele alguns ingressos. Ele, por sua vez, deu ingressos a outro amigo. Agora, o que fizeram com as entradas, eu não sei", adicionou.
O filho de Grondona disse ter "atuado de boa fé" e negou participação no esquema de desvio de ingressos para cambistas, mas se recusou a dar o nome do amigo que recebeu seus ingressos.
Após uma reunião com a polícia em que teve acesso às entradas apreendidas, a Fifa promete rastrear nesta sexta (4) a origem dos ingressos que faziam parte do esquema.De acordo com as investigações, a quadrilha comercializou ingressos para todos os jogos do Mundial até as oitavas de final.
Entre os envolvidos está o franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana. Para o delegado, ele seria o contato com a Fifa para a obtenção de ingressos. Segundo o promotor Marcos Kac, o envolvido da entidade no escândalo é um "graúdo".
"A Fifa gostaria de confirmar que Mohamadou Lamine Fofana nunca foi credenciado para a Copa do Mundo da Fifa e não teve acesso a nenhum carro oficial da Copa do Mundo da Fifa", adicionou o diretor de marketing.
As investigações sobre o esquema começaram há três meses. São 50 mil registros de gravação. A Polícia Civil ouviu até o momento 25 mil, o que indica aos policiais que outras pessoas ainda podem surgir no esquema.
Outro lado
Procurada pela reportagem, a AFA disse desconhecer qualquer esquema de desvio de ingressos da Copa. "Essa instituição recebeu da Fifa apenas as entradas de protocolo para serem utilizadas pelos familiares dos jogadores, ex-jogadores e dirigentes. E esses tíquetes foram entregues a seus destinatários."
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